Filho não vem com manual de instruções

2 min


Com meu filho de quatro anos no colo percebo que eu continuo a mesma mãe de quando o vi pela primeira vez.

Parece que os anos passam e a gente aprende tanta coisa, mas ao mesmo tempo se sente como se nada soubesse. Quantas dúvidas, noites em claro e preocupações a maternidade me trouxe junto a inúmeras coisas boas que certamente pesam muito mais.

Quando lemos sobre a maternidade enquanto não somos mães parece ser tudo tão fácil, mas na hora que entramos nesta fase da vida percebemos que nada é tão fácil assim. Depois dos filhos, tudo tem regras: não basta simplesmente elogiar tem que saber como elogiar, não basta dar-lhes de comer mas tem que saber o que oferecer, não basta impor limites tem que saber quais devem ser os limites, não basta tentar educar tem que saber como a tentativa deve ser feita.

Ter um filho é como participar de um Reality Show, a impressão que temos é que sempre tem alguém nos espiando e avaliando.

Se o filho é gordo a mãe não sabe oferecer coisas saudáveis, se é magro não esta bem cuidado, se fica gripado faltou agasalho, se suado não temos noção de temperatura, se estimulamos queremos exigir demais, se não estimulamos somos despreocupadas, se damos colo na hora do choro não temos autoridade e se não damos somos desafetuosas, se reagimos a birra somos autoritárias e se ignoramos somos desleixadas…

Sem falar nas “regras” sobre doce nem pensar, a hora certa de ir dormir, a transição do berço para cama…é tanta informação que se recebe dos que seguem a risca e buscam adesão ao que indica o best seller sobre filhos perfeitos. Filho não vem com manual de instruções, não é que nem máquina de lavar que liga e desliga no mesmo botão e na criação deles por mais que se vá em busca de informações as divergências entre pediatras, psicólogos, pedagogos são constantes, logo, se quem estuda pra isso tem entendimentos variados nós mães de diferentes criações, gerações e culturas temos o direito de tentar fazer do nosso jeito.

Somos conscientes e não vamos negligenciar ou fazer algo que prejudique nossos pequenos. Por isso, pra carga parecer um pouco mais leve, e pra não vivermos na culpa, penso que o ideal é colocar em prática o que temos de mais valioso que é o nosso instinto materno, sabe aquele de dar colo quando o coração esta apertado, um sorriso quando estão temerosos, a mão quando estão inseguros, um abraço quando estão com medo e aquele beijo que sara qualquer dor ou machucado.

E assim vamos vivendo a maternidade, ouvindo alguns conselhos e ignorando outros, respeitando algumas “regras” e deletando outras, com uma única certeza, a de que sempre faremos o melhor por nossos filhos, pois o amor em excesso só faz bem!