Somente sendo mãe para conhecer a fundo as delícias e dificuldades da maternidade, só para começar. Somente sendo mãe, para saber onde o calo mais aperta e também para tomar decisões baseadas em experiência e vivências reais quando o assunto são nossos filhos. Há profissionais que atuam com mães, pesquisadores, profissionais de saúde, pediatras e cientistas da área que decidem falar sobre a maternidade sob uma perspectiva teórica e nada prática. Sob a perspectiva do expectador e não daquela que vivencia no dia a dia a realidade materna.
Este artigo é para todos que conhecem a teoria, mas não a prática. Este artigo é para aquela pessoa que já tem opiniões formadas sobre como ser uma mãe, como uma mãe deve agir ou o que é ser boa ou má mãe, sem sequer ter gestado ninguém. Este artigo é para pessoas que acham que sabem tudo sobre a maternidade de outras mulheres. Para aqueles que acham que sabem mais sobre a maternidade do que aquelas que estão com seus bebês no colo, aquelas que os tiveram apenas por alguns dias no colo ou no ventre.
É impossível para alguém que nunca foi mãe, saber como deve ou deveria ser a maternagem. Não dá. Não existe nenhuma experiência na vida que se compare a maternidade real. Você pode amar o seu pet e dizer que é mãe dele, mas isto nada tem a ver com ser mãe de seres humanos. Inclusive passa longe. Você pode atender diariamente mães em seu consultório, mas isto não não te torna experiente na maternidade real, apenas um expectador que pode conjecturar a respeito, nada mais.
Você pode ter idéias pré-estabelecidas sobre o que é ser mãe ou como você acha que será quando se tornar mãe, mas mesmo isso, passa muito longe de vivenciar a maternidade de verdade. Passa muito longe de gerar, gestar e criar. Você pode inclusive achar que “quando você for mãe…” vai fazer as coisas “assim ou assado” e eu como mãe te digo que você tem uma grande chance de mudar totalmente os planos depois do nascimento do seu filho.
Toda mulher tem o direito de decidir sobre qualquer coisa nesta vida, somos livres e sempre seremos. Mas as tuas chances de errar e passar muito longe de qualquer certeza sobre a maternidade não sendo mãe é de 99,9%. As vezes existe um desespero para colocar uma certeza sem ao menos ser mãe (e colocar estas certezas para outras mães). Isto nos dá dicas mais sobre quem fala do que sobre quem ouve. E para este tipo de gente, amigas maternas…a velha máxima que passamos a vida inteira ouvindo nossas mães nos dizendo (e hoje eu sei, com razão), é mais máxima do que nunca:
“Quando você for mãe, vai entender.”
O resto pode ser um possível trauma interno que precisa ser tratado, vontade de encher a paciência da maioria das mães, profissionais querendo “medicar” no campo da criação e gente que palpita mais do que deveria, não é mesmo? Ouça sua maternagem, pense sempre sobre o que você como mãe, acredita ser melhor para sua vida materna e familiar antes de tomar qualquer decisão que foi palpitada por terceiros, principalmente quando estes terceiros não são mães.
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