A placenta é um dos órgãos mais importantes durante a gravidez.
Responsável por nutrir e manter a vida do bebê, a placenta também é apelidada carinhosamente de “árvore da vida“. Sua função é importantíssima e a alusão a árvore da vida é feita tanto pelo papel que desempenha durante a gravidez quanto por sua forma.
>> Cólica na Gravidez: o que é normal e quando se preocupar
É o único órgão que nasce depois que nos tornamos adultas, possui uma função específica e quando cumpre o seu objetivo natural, vai embora.
O que a placenta faz, exatamente?
Se desenvolve no útero durante a gravidez e apenas em função da gravidez. Fornece oxigênio e nutrientes ao bebê em desenvolvimento. Ela também remove resíduos do sangue do bebê.
>> Exames de Gravidez: Saiba quais exames será preciso fazer
Se prende a parede do útero e ao cordão umbilical que esta ligado ao bebê. Sua localização geralmente é na área superior, lateral, frontal ou posterior do útero.
Em casos raros ela pode se fixar na região inferior do útero. Quando esta nesta posição ela é conhecida como placenta prévia ou popularmente chamada de placenta baixa.
Este importante órgão da gravidez pode ser caracterizado por 4 diferentes níveis de grau e eles indicam sua maturidade e funcionamento saudável.
Placenta grau O
Indica que não há nenhum sinal de maturidade e que a gestação está bem no começo.
Placenta grau 1
Considerada fora de riscos e saudável. Nutre e oxigena o bebê sem nenhum risco.
Placenta grau 2
Inicia a partir das 28 semanas e se estende até as semanas 36 ou 37. Considerada fora de riscos e saudável.
Placenta grau 3
Nesta fase, a hora do parto se aproxima e os médicos ficam atentos a saúde do órgão placentário. Ela ainda nutre e oxigena o bebê, mas esta em seu maior nível de maturidade.
É possível que algumas mulheres passem a gravidez inteira com o grau 0, I ou II. Não há uma regra muito clara e depende de cada gestação. O grau não é o indicativo de proximidade de trabalho de parto, apenas de maturidade e funcionalidade.
Situações que podem afetar a saúde placentária:
- Idade materna acima de 40 anos
- Ruptura prematura das membranas do saco amniótico
- Pressão alta
- Gravidez múltipla: gêmeos ou mais
- Distúrbios de coagulação do sangue
- Cirurgia uterina anterior
- Problemas placentários anteriores
- Uso de drogas como cocaína
- Mulheres fumantes
- Trauma abdominal
Problemas placentários mais comuns
1. Descolamento de placenta
Isto pode privar o bebê de oxigênio e nutrientes causando sangramentos intensos. Pode resultar em uma situação de emergência médica.
Saiba mais sobre este problema aqui >> Descolamento de Placenta: riscos, causas, sintomas e tratamento
2. Placenta prévia
Ocorre quando o órgão cobre parcialmente ou totalmente a saída do útero. Mais comum no início da gravidez e pode se resolver a media que a gravidez avança. Pode causar hemorragia durante a gravidez e parto. O tratamento depende da situação da gestante, quantidade de sangramento, idade gestacional, posição do órgão placentário e saúde do bebê. Se o problema persistir até o final da gravidez, pode ser necessário uma cesárea.
>> Parto Cesárea: tudo o que você precisa saber
3. Placenta acreta
Ocorre quando os vasos sanguíneos ou outras partes do órgão placentário crescem em exagero na parede uterina. Isto impede que o órgão placentário se desprenda do útero após o parto permanecendo parte ou totalmente preso.
Causa hemorragia após o parto e uma histerectomia (remoção do útero) pode ser indicada. Em casos graves, o órgão placentário invade os músculos do útero e cresce através da parede uterina.
4. Placenta retida
Se o órgão não for expulso do útero dentro de 30 min após o parto, é considerado retido. Pode ocorrer quando o órgão placentário fica preso atrás do colo do útero o fechando parcialmente ou porque ele esta preso à parede uterina.
Se não for tratado, pode causar infecção grave ou perda de sangue com risco de vida.
Sinais ou sintomas de problemas na placenta
- Sangramento vaginal
- Dor abdominal
- Dor nas costas
- Contrações uterinas
Como reduzir os risco de problemas placentarios
- Visite o seu médico regularmente durante a gravidez
- Cuide de qualquer problema de saúde durante a gravidez, como a hipertensão arterial
- Não fume ou use drogas ilegais
- Converse com seu médico antes de decidir por uma cesariana eletiva
Como a placenta é expulsa após o nascimento do bebê?
Se o bebê nascer via parto vaginal, a placenta também será expulsa da mesma forma alguns minutos depois do bebê. Muitas mães relatam que sequer percebem a expulsão da placenta por estarem em êxtase com o bebê no colo.
Depois de dar a luz, você continuará com contrações leves. Você pode ter que empurrar mais um pouco para a expulsão do órgão placentário. Se o seu bebê nascer via cesárea, a placenta será retirada pelo médico após o bebê.
O médico examinará a placenta para saber se esta intacta e nenhuma parte tenha ficado no útero. Se quiser, peça para vê-la. Há mulheres que a enterram em um lugar especial, que a guardam por um tempo e outras que a enviam para empresas que a transformam em cápsulas comestíveis.
Há pessoas que dizem que comer placenta é saudável: mito ou verdade?
Não há evidências científicas que apoiem as alegações de que a ingestão do órgão placentário alivia a depressão pós-parto, melhora a lactação ou proporciona benefícios nutricionais. Um pequeno ensaio clínico controlado por placebo constatou que, apesar de os comprimidos de placenta possuírem níveis mais altos de ferro do que o placebo, consumi-lo não teve nenhum efeito estatisticamente significativo nos níveis maternos de ferro.
Referências:
ACT Health (ACT Population Health Bulletin, Volume 5, Issue 2).
Archives of Women’s Mental Health (Placentophagy: therapeutic miracle or myth?).
CHILD (The role of the placenta in pregnancy).
NHS Choices (What is the placenta?).Women’s and Children’s Health Network (Antenatal tests and investigations)