Muitas mães não sabem o que é um ingurgitamento mamário, mais conhecido como “peito empedrado”.
A maioria das mães que amamentam sofrem com o ingurgitamento mamário (ou mamas empedradas) sem saber do que se trata.
O que é ingurgitamento mamário?
É quando a mama fica dura, inchada e dolorosa cheia de leite materno. Podem formar grumos e nódulos de leite na mama e o inchaço pode atingir desde as mamas até as axilas. As veias das mamas se tornam mais visíveis e protuberantes.
Logo após o nascimento do bebê é normal ter um pouco de ingurgitamento mamário. Ele é causado pela apojadura do leite e passa logo que o bebê começa a mamar.
Quando o bebê não faz a pega correta para mamar, é comum ter ingurgitamento nas mamas e um pouco de dificuldade para amamentar o bebê.
Durante a amamentação, a maioria das mães irão passar por alguns momentos de ingurgitamento mamário. Caso o bebê pule uma ou outra mamada, por exemplo.
O ideal é que assim que o problema surja, o leite das mamas seja esgotado. Tanto com a ordenha das mamas (no caso do bebê não estar mamando) ou colocando o bebê no peito para mamar.
Quando a mãe volta ao trabalho, é provável que haja ingurgitamento mamário por causa do acúmulo de leite e é preciso ordenhar este acúmulo para não piorar a situação.
>> Volta ao trabalho e amamentação: 4 dicas infalíveis para te ajudar
Se não for tratado, o ingurgitamento pode levar a problemas potencialmente graves, incluindo nódulos de leite dolorosos, ductos de leite obstruídos, diminuição da produção de leite materno ou mastite.
Causas do ingurgitamento mamário:
- Não amamentar em livre demanda (ou seja, sempre que o bebê solicita o peito)
- Quando o bebê pula mamadas ou faz greve de amamentação.
- Oferecimento de leite artificial para o bebê sem necessidade.
- Quando o bebê passa a dormir mais a noite, talvez você tenha ingurgitamento por alguns dias até que a produção se ajuste novamente.
- Excesso de produção de leite materno, mais conhecida como hiperlactação.
- Quando o bebê esta doente e mama menos.
- Quando você esta fazendo o desmame de forma abrupta e rápida demais (o que desaconselho totalmente).
>> O desmame não é um evento, mas sim um processo
Tratamento:
1. Amamentar o bebê com frequência
Ofereça o peito em livre demanda para o bebê e mais do que o habitual para que ele te ajude a esvaziar as mamas.
2. Deixe o bebê mamar o tempo que quiser
Não interrompa o processo de amamentação, deixe que o bebê mame a vontade (não apenas durante um ingurgitamento mamário).
3. Técnica de compressão das mamas
Se você tem um bebê que dorme demais
Acorde seu bebê para mamar, use a técnica de compressão das mamas. Isto irá ajudá-lo a mamar melhor e aliviar sua aréola para que o bebê pegue o peito melhor.
4. Ordenhar leite materno
Ordenhar leite materno é uma boa opção para retirar o excesso de leite e sentir alívio nas mamas. Não ordenhe até esvaziar as mamas, apenas o suficiente para se sentir melhor. Ordenhar demais irá fazer com quê suas mamas produzam mais e não é isto que queremos, certo?
5. Mude as posições do bebê durante a mamada
Isto irá fazer com quê o bebê ordenhe leite de todas as áreas da mama.
6. Massagens e “shaike”
Faça massagens em suas mamas. Apesar de ser doloroso, vai te ajudar a eliminar o excesso de leite. Balance suas mamas com as duas mãos (shake) para que o leite se solte e sai mais facilmente.
Descanse e tenha calma. Caso você não esteja conseguindo resolver o problema sozinha, busque ajuda. Uma consultora de aleitamento materno pode te ajudar. Ou, faça uma visita a um banco de leite para que te ajudem a ordenhar suas mamas.
Leia também:
- Os primeiros 3 meses do bebê: o quarto trimestre te pegou de surpresa?
- Seio com mais leite que outro: é normal um lado produzir mais leite?
- Bebês que acordam para mamar: querem evitar um irmão segundo pesquisa
Referências:
Academy of Breastfeeding Medicine Protocol Committee. (2009). ABM clinical protocol# 20: Engorgement.
American Academy of Pediatrics. (2011). New Mother’s Guide To Breastfeeding. Bantam Books. New York.
Cadwell, Karin, Turner-Maffei, Cynthia, O’Connor, Barbara, Cadwell Blair, Anna, Arnold, Lois D.W., and Blair Elyse M. (2006). Maternal and Infant Assessment for Breastfeeding and Human Lactation A Guide for the Practitioner Second Edition. Jones and Bartlett Publishers.
Lawrence, Ruth A., MD, Lawrence, Robert M., MD. (2011). Breastfeeding A Guide For The Medical Profession Seventh Edition. Mosby.
Riordan, J., and Wambach, K. (2014). Breastfeeding and Human Lactation Fourth Edition. Jones and Bartlett Learning.