Todas sabemos que a vida muda após o parto.
Muito mais do que pequenas mudanças de rotina, a ciência ainda confirma que após o parto, nos tornamos mulheres diferentes de tudo o que éramos antes.
É quase fato para todas as mulheres que seus pensamentos de criação, carreira e prioridades vão, na grande maioria dos casos, para o chão e são repensados após o parto.
Precisamos fazer escolhas e colocar uma série de pontos sobre nossas vidas e a vida de nossos bebês em perspectiva. Tudo é reavaliado. E tudo bem!
Eu mesma, tive que virar minha vida e carreira do avesso para descobrir uma forma de exercer a criação que eu acreditava e tudo aquilo que imagino ser o melhor para minha família. Este processo veio como um furacão e cheio de dores, despedidas e claro, renovações.
Não consigo sequer lembrar de quem eu realmente era quando não tinha filhos e do pouco que lembro, há uma certeza: eu era muito menos do que sou hoje.
Não há como negar. A mudança vem de uma vez, como um balde de água fria em sua cabeça quente cheia de preocupações novas. As questões se tornam diferentes e seus estágios também.
Enquanto a vida de pessoas sem filhos pode talvez girar mais em torno de carreira, a vida de mães e pais giram em torno de como conciliar esta carreira dando o melhor de si na criação de um novo cidadão.
As vezes nosso pensamento mais urgente é em como fazer duas coisas ao mesmo tempo, como alimentar um bebê faminto ou trocar sua fralda totalmente cheia.
Essas mudanças não são apenas percepções aleatórias, é algo mais científico do que imaginaria nossa cansada consciência.
A Scientific American relatou, que quase todas as mamíferas fêmeas sofrem mudanças fundamentais durante a gravidez, amamentação e após o nascimento do bebê. Os hormônios e suas alterações em todas estas etapas mudam nosso cérebro para sempre. As mudanças são estruturais e de tamanho.
Falei mais detalhadamente sobre isso aqui >> Cérebro de mães fica turbinado após nascimento de filhos
Uma outra pesquisa da Nature descobriu que a experiência da gravidez e do nascimento do bebê criam uma combinação de hormônios que melhoram nossa memória e habilidades de aprendizados (hey, mães empreendedoras!)
A ciência pode nos dizer muitas coisas sobre nossas prioridades
Muitas sentem que estão perdendo sua própria identidade, eu me senti assim por um tempo. E muitas descobrem depois (eu também descobri) que a vida com um filho é muito mais rica do que o medo de perder-se de si mesmo. No fim, a gente acaba se reencontrando novamente, no entanto, agora com novas prioridades.
>> Ser mãe: um reencontro com nós mesmas
Nos tornamos emocionalmente vulneráveis por nossos filhos, mas estar em uma posição vulnerável nem sempre é ruim. É isso que nos faz continuar seguindo e buscando mais da vida. E a vida é isso: expor-se, buscar, viver.
Toda criança se torna um pouco seu filho, porque sentimos empatia por elas e nos preocupamos.
Quem nunca ficou de orelha em pé ao ouvir uma criança chorar de longe que atire a primeira pedra. Minhas anteninhas ficam alerta para entender que tipo de choro é aquele e se esta tudo bem.
A questão não é que nossa essência muda, ainda temos muito do que éramos antes, mas de um jeito mais elaborado, com nuances maiores e uma evolução que sequer imaginaríamos alcançar.
Após o parto, mudamos para melhor e isto é científico
Pesquisadores da Oxford Academic provaram que durante a gravidez, células fetais se espalham pelo corpo materno. Este fenômeno é chamado de microcimerismo e trata-se da presença de células com um background diferente das que existiam em nosso corpo até então.
Os pesquisadores encontraram também cromossomos Y em amostras de 26 mulheres grávidas de meninos.
>> 3 mudanças que ocorrem no corpo da mãe de meninos
A mudança parece algo inevitável, afinal de contas, ao menos para mim, poder gerar a vida é uma das coisas mais fantásticas da natureza e não é possível ser a mesma depois de uma experiência destas.