Maternidade: Existe Manual de Instruções?

Cada mãe, com o passar do tempo encontrará uma forma única de maternar e criar seu filho.5 min


A maternidade não vem com um manual de instruções que te mostra um caminho a seguir, muito o contrário disto, ela te desafia dia a dia a aprender enquanto o barco navega em um mar agitado. Parece desesperador ter que aprender a remar dentro do mar, não é mesmo? No entanto, existe alguns impulsos naturais que as vezes nos acompanham na maternidade saudável e nos guiam de uma forma ou de outra. O manual de instruções da maternidade é a vida acontecendo.

A grande verdade é que a maternidade é diferente para cada mulher e é exatamente por isso, que existir um manual do que é o correto a ser feito como mãe, seria impossível. Cada mãe, com o passar do tempo encontrará uma forma única de maternar e criar seu filho. A mãe que está saudável (física e mentalmente) irá definir seus caminhos e segui-los de uma forma ou de outra. E não tenha medo nem de pedir ajuda e nem de se perceber como alguém que não está saudável o suficiente para tomar decisões importantes sobre a criação e cuidado com os filhos.

Somos humanas e passamos por estes momentos. Nestas fazes sombrias da vida, o melhor a fazer é conversar com as pessoas que você ama, abrir seu coração e pedir ajuda nas rotas que você precisa seguir como mãe e está tudo bem. O ideal é sempre que o bebê, a criança, o adolescente veja a mãe e também seu pai (cuidadores em geral) como portos seguros e para ser este tipo de porto seguro, precisamos estar bem com nós mesmas.

Eu sei, a maternidade não é fácil. Como mãe de um garoto com 10 anos hoje, eu passei por diversas fases e o mais difícil as vezes é relembrar o passado e pensar que na minha concepção de hoje, provavelmente eu teria tomado decisões diferentes naqueles momentos, no entanto, eu trabalhei na época com o que tinha em mãos e com o conhecimento que tinha sobre a situação. Lembra que estamos aprendendo a remar enquanto o mar se agita?

Nasce uma mãe, nasce a culpa. E essa culpa irá nos acompanhar por toda nossa vida como mães. A partir do momento que você se torna mãe, você nunca mais deixa de ser mãe, estando ou não seus filhos em teus braços. Tendo sido mãe de um bebê ou criança que hoje é anjo, você sempre será a mãe daquela criança. Essa nova pessoa que nasce dentro de nós (e não estou falando do bebê), será mais nosso eu do que o que existia antes da maternidade. Irá nos definir em grande parte de nossas vidas e em todas as decisões que tomamos a partir dali.

Seja você uma mãe desencanada, regrada, certinha ou não…você será sempre a mãe. A maternidade vai te moldar, vai te desafiar e fazer ao mesmo tempo, você crescer como pessoa. O salto de maturidade que damos depois da maternidade é tão grande e tão longe do que éramos antes, que as vezes, nos esquecemos de como éramos antes. E veja, isso tudo não precisa se chato ou te fazer sentir que algo que era seu ficou para tráz.

Eu passei a ser mais feliz com a minha maternidade a partir do momento que me abracei como muitas: mãe, mulher, profissional, parceira e tantas outras. Eu não preciso ser uma só e a maternidade não precisa me definir inteira, ela só precisa se encaixar nas tantas que eu era antes e tornar essa pluralidade de muitas que sou, mais uma parte de mim. Parece complexo e isso não vai acontecer de uma vez.

Você irá adequar sua maternidade com o tempo a quem você era antes, se sentirá perdida em muitos momentos e intensamente vivendo apenas como mãe, mas não se desespere, eu vou te contar o mantra sagrado das mães: vai passar. E vai mesmo, pode demorar alguns anos para você voltar a se redescobrir novamente como as outras que existiam antes da maternidade, mas isso irá acontecer. Essa sensação de perda de si mesma é natural porque a maternidade chega como um furacão que mexe com toda a sua estrutura como pessoa.

Você é quebrada em muitos pedacinhos e com o tempo começa a reconstruir uma nova você totalmente nova, exclusiva e cheia de novas “funcionalidades” que vão acrescentar muita riqueza a sua vida em todos os outros setores. Esse momento pode dar medo, mas no final vai dar tudo certo e eu espero que você fique firme e forte durante este mar agitado em sua vida, porque acredite, logo ele se acalma.

Como apoiar a mãe quando o bebê nasce?

Saber como a apoiar a mãe quando o bebê nasce é essencial para que este momento da maternidade repleto de muitas emoções como felicidade, frustração, exuastão e amor sem fim. Embora haja muita felicidade no nascimento do bebê e as pessoas fiquem empolgadas com a chegada do novo membro da família, que de fato, é um pacotinho de alegria, a mãe pode ficar esquecida no momento que ela mais precisa de apoio.

O começo da maternidade esta cheio de tarefas e novos aprendizados, além de uma fase intensa de recuperação física e emocional para a nova mãe. Cada uma terá necessidades diferentes à medida que se adapta ao seu novo papel na vida, mas existem muitas maneiras sobre como apoiar a mãe quando o bebê nasce, que servem para muitas famílias diferentes ao redor do mundo.

E não existem muitos segredos a respeito, é essencial começar perguntando a nova mãe o que ela precisa que você faça para que ela se sinta acolhida e apoiada neste momento. Nos primeiros dias pós parto, a mãe possui um milhão de pensamentos borbulhando em sua mente e é impossível adivinhar exatamente o que ela precisa, portanto, não tenha medo de perguntar de forma clara o que ela precisa que você faça por ela.

As vezes é apenas uma pergunta simples, mas que faz uma enorme diferença no dia a dia da nova mãe. E esta pergunta aberta, dará a chance para nova mãe te responder com diversas possíbilidades e até mesmo contar sobre o que está sentindo. A resposta pode vir em várias situações como: preciso de um banho, preciso que segure meu bebê para eu dormir um pouco, preciso de ar fresco, uma caminhada, preciso que alguém faça uma tarefa doméstica por mim…E mesmo que esta nova mãe te diga que no momento não precisa de nada, ela ficará grata pelo seu cuidado em perguntar.

No entanto, fique atento para saber como apoiar a mãe, de verdade. As vezes ela pode dizer que não precisa de nada, mas existem tarefas para serem feitas que ela sequer lembra, então, se existir algo para ser feito, faça. E esta dica serve especialmente para os parceiros da mãe, pais, principalmente. Assumir as rédeas das trocas de fraldas, embalar o bebê, cuidar do almoço, do jantar, dos lanchinhos, tirar o lixo e assumir tarefas domésticas para a nova mãe é essencial para que ela foque em sua recuperação e em seus poucos momentos de descanso. Isso mostra que vocês estão nessa juntos!

Palavras de apoio e carinho são essenciais para que a nova mãe perceba que é amada e não está sozinha nesse momento tão desafiador de sua vida que é a maternidade.

Diga para ela que ela está se saindo muito bem, que esta linda e que tudo vai ficar bem, ajudará a nova mãe a se sentir mais confiante neste novo papel em sua vida e com mais energia emocional para enfrentar os desafios dessa jornada.

Estar em casa com o bebê sozinha pode causar uma sensação de isolamento, portanto, continue oferecendo seu apoio mesmo depois de alguns meses do bebê ter nascido, este trabalho é constante e não pára. Se você está distante da nova mãe, pode ligar para conversar com ela, perguntar se está tudo bem, como tem sido seus dias e simplesmente ouvi-la. As vezes, o que uma nova mãe precisa é apenas de alguém que a ouça falar sobre suas preocupações e sentimentos.

E embora o apoio do parceiro, amigos, pais e familiares da nova mãe seja essencial, ela também precisa se conectar com outras mães que estão passando pelas mesmas situações que ela, assim ela pode colher depoimentos de outras mulheres para entender que muito que ela sente e passa, não é algo isolado dela, mas que acontece com a maioria das mulheres. Portanto, incentive a nova mãe a se conectar com outras mães.

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual