Há muita expectativa no amor de mãe e o quanto as mães precisam ser importantes para os filhos. De fato, e falando de uma forma ideal, há muito poder no amor materno. O amor de mãe é capaz de transformar a vida de um filho e criar uma base sólida e incondicional de relacionamento para a vida inteira. O amor de mãe é capaz de fazer grandes coisas e mudar a vida de muitas pessoas, para melhor.
Existem mulheres que não são capazes de amar seus filhos e graças ao universo, estas costumam ser uma minoria. Por isso, meu artigo trata apenas do amor de mãe verdadeiro e incondicional. Aquele que somente uma mãe amorosa pode oferecer para seus filhos.
Existe algo chamado “o lugar do pais” e escrevi sobre isso aqui >> O Lugar dos Pais: Como Esta Sua Criança Interior?. Neste artigo falo sobre como temos a tendência de julgar e exigir demais de nossas mães e nos esquecemos de criar nossos filhos quando estamos apenas no lugar de “filhos”. Faço um convite nele para que você, hoje uma adulta, se coloque por um momento no lugar de sua mãe. Seja a mãe (tendo ou não filhos).
Quando fazemos isso, da perspectiva onde olhamos para nossa mãe criança, jovem e quando ela se tornou mãe, conseguimos então comparar nossa realidade com a dela. Só então percebemos que nossa mãe fez o que podia com as ferramentas que a vida lhe ofereceu na época dela. E isso, é amor de mãe.
Uma mãe que quebrou ciclos (ainda que não tenham sido muitos), que abriu um caminho para você seguir sua jornada de um jeito melhor do que a dela, com certeza é uma mãe que te amou, de alguma forma, mas amou. Somos muito exigentes com o amor de mãe.
Nos esquecemos (principalmente nós que nos tornamos mães), o quanto nada nos é dito sobre a maternidade. Nos esquecemos que tivemos que aprender a maternar em meio ao caos e as vezes, sem nenhuma ajuda ou apoio. Pois bem, nossa mãe também. E dependendo da geração de sua mãe, sem internet.
Segundo a Dra. Brenda Hunter em The Power of Mother Love , “o amor materno molda culturas e indivíduos. Embora a maioria das mães saiba que seu amor e disponibilidade emocional são vitais para o bem-estar de seus filhos, muitos de nós não entendemos o impacto profundo e duradouro que temos no desenvolvimento do cérebro de nossos filhos pequenos, ensinando-lhes as primeiras lições de amor, moldando suas consciências…”
Ela nos convida a olhar para nossos filhos e ensiná-los sobre o amor. Principalmente o amor de mãe.
Porque acredite, amiga materna, se houve um momento em sua vida no qual você questionou e cobrou um amor de mãe melhor do que o que lhe foi oferecido, é provável que seu filho faça o mesmo. E não há nada de errado nisto, mas esteja pronta.
Esteja pronta para ensinar para seu filho e talvez encurtar o caminho ao qual você teve (ou está tendo que percorrer) para reconhecer o amor de mãe para o seu filho, mesmo com todas as falhas e imperfeições deste amor. Colocamos muitas expectativas no tipo de amor de mãe que acreditamos ser o ideal e nos esquecemos que aquela que está naquele papel para você, é uma pessoa normal com defeitos e desafios, assim como você.
Eu confesso que só consegui olhar para o amor de mãe pela ótica da empatia muito tempo depois que me tornei mãe. E não foi imediatamente após me tornar mãe, foi com o passar dos anos da maternagem. Onde os desafios apareciam e eu me sentia falha como mãe ou que não era suficientemente boa naquele papel. Percebi que precisava me esforçar bastante para estar dentro de uma expectativa que a sociedade criou para as mães e que nem sempre corresponde a realidade.
Me coloquei a disposição para olhar para dentro de minhas experiências e identificar ali lugares pelos quais minha mãe havia passado. Precisei sondar o fundo do meu coração e olhar para minha criança interna para estar pronta para duas situações importantes: atender as expectativas do meu filho dentro da realidade possível e entender o caminho percorrido pela minha mãe.
O relacionamento com nossa mãe afeta nossa vida profundamente (para o bem ou para o mal). E como mãe, um dos maiores presentes que podemos dar aos nossos filhos é a nossa saúde emocional e nossa reconciliação com o passado para nos tornarmos a mãe que queremos ser (com sorte e mais esforço, aquela que nossa mãe não pode ser para nós).
E digo isso sem que culpe minha mãe pelo que ela não conseguiu alcançar como mãe dentro das minhas expectativas infantis, porque eu sei, que mesmo nas falhas, havia ali muito amor de mãe. De uma mãe que estava tentando fazer o seu melhor em meio a muitos desafios e claro, sem que ninguém a tenha ensinado nada antes. Eu reconheço esta grande jornada materna pela qual minha mãe passou.
E percebi que mesmo ela tendo atitudes que eu considerei erradas no meio do caminho, ela conseguiu me tornar uma mulher inteligente, boa, capaz de movimentar minha ancestralidade e continuar seu trabalho quebrando ciclos e questionando tudo aquilo que considero que possa ser melhorado. Ela conseguiu.
Hoje como mãe eu tenho um desafio e você, sendo ou não mãe, também tem este desafio: continuar a jornada dos seus ancestrais e continuar quebrando ciclos, quer sejam eles maiores ou menores que os de sua mãe, o importante é quebrá-los. E nisto, amigas maternas, há muito amor de mãe. Há dentro de você um amor de mãe cultivado desde o seu nascimento e colocado aí para transformar.
Há tanto amor de mãe nesta jornada que ela não se encerra quando sua mãe deixa de existir neste plano, você carrega dentro de você uma história que irá auxiliá-la nos seus próximos caminhos como uma referência a seguir e uma influência que arde como chama.
Existe uma oportunidade incrível que nos é dada no momento em quê nossas mães nos colocam no mundo: o de influenciar as próximas gerações pelo que fazemos todos os dias. Então aceite o convite de olhar para o amor de mãe com empatia e intencionalidade.
Tenha empatia pelo caminho percorrido por sua mãe, seja ele qual for, tente extrair daquela jornada lições valiosas para te moldar para melhor no futuro e seja intencional sobre curar as feridas que esta jornada pode ter deixado em você. Porque ainda que tenhamos recebido muito amor de mãe, nunca passamos ilesos pela grande dádiva do existir.
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