Leite Materno Causa Obesidade em Bebês? Entenda

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Você já ouviu por aí que leite materno causa obesidade ou que o bebê esta acima da curva porque mama demais? Talvez você tenha ouvido até mesmo de profissionais de saúde que leite materno causa obesidade e que a mãe precisa diminuir a quantidade de mamadas quando se deparam com um bebê que ganha mais de 1k por mês de forma tranquila.

É que ganhar 1k ou mais por mês apenas com leite materno deve ser uma coisa difícil para muitos profissionais desatualizados verem, não é mesmo? Pois é a prova cabal de que tudo aquilo que muitos dizem sobre o leite materno não ser bom o suficiente em vários aspectos e situações, ser mentira.

Colocar na conta do leite materno o bebê ter um possível excesso de peso é absurdo.  Por anos creditaram ao “milagroso” leite artificial este ganho de peso alto e acham estranho quando o leite materno mostra ser totalmente eficiente no ganho de peso do bebê.

Amamentar pode ser cura, mas para muitos continua sendo re-vivenciar um trauma antigo de quando se era bebê, daí vem toda esta negativa sobre as benesses da amamentação. E nestes sentimentos confusos, incluem profissionais de saúde atendendo mães e as desmotivando.

Leite materno causa obesidade em bebês? Não.

Em uma meta análise de pesquisas científicas, “vinte e cinco estudos com um total de 226.508 participantes foram verificados. As datas de publicação dos estudos variaram de 1997 a 2014 e examinaram a população de 12 países.

Os resultados mostraram que a amamentação foi associada a um risco significativamente reduzido de obesidade nas crianças (AOR = 0,78; IC 95%: 0,74, 0,81). A análise categórica de 17 estudos revelou um efeito dose-resposta entre a duração da amamentação e o risco reduzido de obesidade infantil.” “As conclusões sugerem que a amamentação é um fator protetor significativo contra a obesidade em crianças.”

Em 2011, um artigo publicado na revista JAMA Pediatrics incentivou mães a amamentarem para combater o ganho de peso entre os filhos. Os pesquisadores escreveram que a introdução precoce de sólidos, como cereais (farinhas lácteas e etc) ou alimentos para bebês, estava ligada a um maior risco de obesidade e alergias alimentares:

“O leite materno proporciona ao seu bebê alimentos fáceis de digerir e muito nutritivos e seu filho ajuda a decidir o quanto comer e quando comer. Tanto o leite materno como a forma como o seu bebê se alimenta o ajudam a desenvolver padrões saudáveis ​​de alimentação. Os bebês amamentados parecem ser mais capazes de regular a ingestão de alimentos e, portanto, estão em menor risco de obesidade “.

A dieta materna não influencia o conteúdo energético do leite e não tem impacto no conteúdo energético do leite materno. O conteúdo energético do leite materno é determinado pela sua concentração de gordura, lactose e proteína. A dieta da mãe não afeta o conteúdo geral desses macronutrientes.

Não há provas de que um bebê que ganhe peso rapidamente e que só consuma leite materno tenha um risco aumentado de sobrepeso ou obesidade mais tarde na vida.

No entanto, aqui estão alguns fatores que podem contribuir para o ganho de peso rápido em um bebê exclusivamente amamentado:

  • Se os membros da sua família cresceram rapidamente quando eram bebês, pode acontecer o mesmo com seu bebê (genética).
  • Se você tiver um excesso de leite (oba!), isso pode resultar em um ganho de peso mais rápido. (o excesso de produção de leite só é motivo de preocupação se estiver causando problemas para você ou para o seu bebê).
  • Uma condição médica ou medicamento. Em raras ocasiões, se um bebê tem certos problemas de saúde (por exemplo, problemas renais ou hormonais) ou tem que tomar uma determinada medicação (por exemplo, corticosteróides), esses fatores poderiam contribuir para um aumento de peso mais rápido. (não o leite materno).

Segundo um outro estudo, um processo de amamentação ineficaz pode aumentar o risco da criança desenvolver obesidade na infância e idade adulta:

Foram avaliadas 90 crianças entre dois e cinco anos de idade numa creche de Fortaleza e essa avaliação revelou a seguinte condição nutricional: 57,7% (eutróficas), 14,4% (com sobrepeso), 13,3% (obesas), 11,1% (com baixo peso) e 3,3% (desnutridas). O cenário que envolvia as crianças com sobrepeso ou obesidade foi o seguinte: 60% tiveram um padrão de amamentação ineficaz (< 6 meses e não mamou); 60% viviam em famílias com uma renda mensal de menos de um salário mínimo. O pesquisadores chegaram a conclusão que o aleitamento materno é uma ação importante no cenário da prevenção da obesidade infantil.

Se você está amamentando exclusivamente e seu bebê está gordinho, relaxe! É assim que ele deve ser.

Seu bebê irá perder esta fofura toda em breve.

Depois de alguns meses de nascido, o ganho de peso se reduz e o bebê passa a gastar mais energia engatinhando, rolando, andando, pulando e até correndo. Imagina, escalando também!

Seu bebê não irá ganhar 1k ou mais por mês depois de 6, 7, 8, 9…12 meses e mais. A verdade é que depois desse tempo, o ganho se reduz bastante e muitos profissionais desatualizados (sempre eles, não é mesmo?) ainda começam a apavorar a mãe dizendo que agora o bebê não esta ganhando o suficiente, mas um bom médico sabe que esta diminuição no padrão de ganho de peso é normal a partir desta idade.

Amamente seu gordinho em paz, leite materno não é o responsável pela obesidade e nem deixa bebês “obesos”, na verdade, o leite materno protege seu bebê da obesidade tanto na infância quanto na idade adulta e ainda o ensina a se alimentar apenas quando sente realmente necessidade.

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual