“Vou conseguir amamentar?” Esta é uma das perguntas mais feita por mães que querem amamentar seus filhos.
Uma mãe não esta apenas expressando uma dúvida comum, mas uma série de outras questões que a faz não se sentir capaz e a insegurança é o fator principal que a leva para este questionamento as vezes até dolorido: Vou conseguir amamentar? E se…
E se eu não conseguir? Ninguém da minha família amamentou, será que vai acontecer o mesmo comigo? E se o bebê não pegar o peito direito? E se doer? E se machucar? Vou aguentar?
As dúvidas não cessam e apavoram todos os dias da gestação. E aí a mãe fica ansiosa e com medo.
Questiona sua capacidade de amamentar o tempo inteiro e de tanto repetir tantas dúvidas na cabeça, começa a achar que não vai conseguir.
Ao primeiro sinal de problemas, e acredite, eles virão…acha que chegou ao fim sua amamentação, não se dá tempo para pensar em outras possibilidades ou sequer pedir ajuda, acaba desistindo porque tem medo que as coisas piorem.
Um ciclo de medo e insegurança estava se formando desde a gestação e se acentuou com as dificuldades iniciais do pós-parto.
Desde quando mães começaram a questionar tanto suas capacidades de amamentar?
Claro que a indústria de leites artificiais tem muito a ver com isto. O tempo inteiro anunciando que seus leites artificiais se assemelham ao leite materno, que são cheios de vitaminas e etc. Quando uma mãe desconhece a supremacia de seu próprio leite, acaba achando que aquele leite anunciado é melhor, quando na verdade sequer chega ao nível de qualidade do leite materno.
Claro que os familiares desinformados tem muito a ver com isto. O tempo inteiro questionando para a mãe a qualidade e força de seu leite. O considerando fraco e ineficiente ou em alguns momentos não incentivando e nem apoiando a mãe nesta jornada da amamentação.
Claro que muitos profissionais de saúde, inclusive pediatras tem a ver com isto. O tempo inteiro achando mais fácil indicar leite artificial (seja lá por qual motivo ou acerto que ele tenha feito com a empresa) ou o desmame do que orientar e perder um pouco mais do tempo de consulta ajudando aquela mãe a ter mais confiança em si mesma, observando a mamada para ver se o bebê esta mamando como deveria ou até mesmo explicando para ela as qualidades que seu leite possui.
Claro que até mesmo a mãe tem muito a ver com isto. Quando para muitas a informação bate em sua porta, por não ter conseguido antes com algum filho, prefere se fechar para a informação atualizada em vez de repassá-la para outras mães ou tentar se abrir para quem sabe em uma próxima experiência tentar de um jeito diferente. Repare: muitas mães que indicam desmame para outras e que desvalorizam as qualidades do leite materno minimizando os efeitos do uso de leite artificial sem real indicação, tiveram experiências frustrantes com sua própria amamentação.
E claro que a teoria é muito diferente da prática.
Sim, escrever tudo o que estou escrevendo é muito diferente de vivenciar uma situação difícil com seu bebê, de estar ali no meio do furacão sem saber para onde correr. Claro que é. Teorias são diferentes da prática, é assim que é a vida para tudo.
Enquanto não tivermos a tranquilidade para tentar encarar as coisas como realmente são e nos firmar em nosso propósito (seja ele de amamentar ou não), seremos vítimas da insegurança que vivenciar “a prática” causa em todas.
Primeiras experiências são difíceis em tudo, em amamentação, até segundas e terceiras experiências, porque uma mãe pode não ter tido nenhum problema com o primeiro filho na hora da mamada, mas pode ter com os outros.
A questão é: vamos segurar o touro pelos chifres e pedir ajuda quando não estivermos dando conta ou vamos deixar ele nos atropelar?
Confie em você e em suas capacidades, mas se tratando de amamentação, não hesite em pedir ajuda e se cercar de profissionais que apoiam e incentivam a amamentação para te fortalecer. Porque este touro chamado “período de amamentação” é forte e talvez sozinha e sem apoio, seja mais difícil domá-lo.
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