A prolactina é o hormônio responsável pela produção de leite materno.
A prolactina é produzida na glândula pituitária do cérebro, homens e mulheres possuem este hormônio e apesar dele desempenhar funções diferentes no corpo humano, é mais conhecido como um hormônio presente na amamentação.
Prolactina e a produção de leite materno
A prolactina é o principal hormônio necessário para a produção de leite materno. Durante a gravidez, a prolactina prepara seus seios para produzir leite materno. No entanto, os altos níveis de estrogênio e progesterona produzidos pela placenta, impedem o hormônio de produzir uma grande quantidade de leite maduro.
Quando o bebê nasce e a placenta deixa seu corpo, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e permitem que a prolactina aumente, iniciando a produção do leite materno. Estas variações hormonais causam toda a mudança de humor, tristeza e melancolia pós-parto também.
Durante a amamentação
Depois do nascimento, os níveis de prolactina em seu corpo sobem iniciando a produção de leite materno, mas isto por si só não é suficiente para manter a produção.
Isto porque a produção do hormônio pelo cérebro é estimulada pela sucção do bebê, logo, quanto mais o bebê sugar, mais prolactina será produzida, aumentando e mantendo a produção de leite materno.
A prolactina é responsável pela produção de leite e a ocitocina é responsável pela ejeção do leite. Estes dois hormônios funcionam em conjunto para que a amamentação aconteça.
Como aumentar os níveis de prolactina para produzir mais leite materno
A melhor maneira de aumentar os níveis de prolactina é amamentar ou ordenhar o leite das mamas com freqüência. Quando o bebê nasce, é preciso amamentar ou ordenhar o leite materno a cada 2 a 3 horas. Quanto mais você estimula suas mamas, mais seu cérebro libera prolactina.
No entanto, é importante ressaltar que aumentar os níveis de prolactina por si só não são suficientes para manter a quantidade adequada de leite materno. A estimulação das mamas e a ordenha/retirada do leite materno são muito importantes para que o processo seja contínuo.
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Diminuição do leite materno:
Para que a produção de leite aconteça, é preciso que o hormônio seja produzido na glândula pituitária e isto só acontece quando há um bebê mamando no peito e ordenhando o leite. Tanto sugar a mama quanto retirar o leite desta mama, indica que a produção precisa continuar acontecendo.
Quando o bebê não suga a mama e ao invés disto suga uma chupeta, ele não esta enviando nenhuma sinal para seu corpo produzir o hormônio e consequentemente o leite.
Quando a produção acontece, mas o leite permanece nas mamas, tanto ingurgitado quanto por passar muitas horas sem amamentar, o corpo entende que como não há esvaziamento constante desta fábrica, logo, não precisa produzir mais leite.
>> Produção de leite materno: como ela acontece?
Assim, sem sucção e sem esvaziamento, os níveis de prolactina diminuem e a quantidade de leite materno também.
Quando a menstruação volta:
Durante a amamentação, a menstruação pode ficar por meses ausente devido aos níveis hormonais de produção e ejeção de leite materno causados pela prolactina e pela ocitocina.
Durante a amamentação exclusiva, as chances da menstruação vir são menores. Quando os níveis dos hormônios diminuem causados tanto pela ausência da amamentação, amamentação mista ou diminuição das mamadas, a menstruação pode retornar.
Mas a época de volta da menstruação quanto, quando ela acontece, depende de cada mulher. Enquanto umas voltam a menstruar logo, outras podem demorar meses.
A volta da menstruação não diminui a produção de leite materno se o bebê continuar mamando em livre demanda e sem uso de bicos artificiais como chupetas ou mamadeiras.
Coisas que podem interferir nos níveis de prolactina:
Uso de chupetas e mamadeiras: a sucção do bebê feita em outros itens que não seja na mama da mãe, o impede de estar no peito tempo suficiente para sinalizar para o corpo produzir leite materno. Aqui vale a máxima: quanto mais mama (no peito), mais leite a mãe produz. Quanto mais suga (chupeta e mamadeira), menos leite a mãe produz.
Uso de anticoncepcional com estrogênio: o estrogênio pode causar a diminuição do leite materno e é por isso que o anticoncepcional indicado para mães que amamentam possuem apenas levonorgestrel, conhecido como mini-pílulas.
Saiba mais aqui: Pode tomar pílula do dia seguinte amamentando? E anticoncepcional comum?
Cirurgia de mama com danos: a cirurgia de mama realizada perto da aréola ou do mamilo, que foi feita de forma muito agressiva e tenha danificado os nervos que sinalizam ao cérebro para liberar prolactina por ser um problema na amamentação, no entanto, muitas mulheres que fizeram mamoplastia amamentam normalmente e não possuem problemas com a quantidade de leite materno produzido.
Anestésicos tópicos: cremes anestésicos nunca devem ser usado para tratar mamilos doloridos. Não só pode adormecer a boca do bebê, causando engasgos, sufocar o bebê com saliva e levar a morte, como também podem adormecer os nervos na mama. Se os nervos não podem enviar um sinal para o cérebro, a prolactina não será liberada.
Fumar e tomar bebidas alcoólicas: o tabagismo e beber demais, causa uma diminuição nos níveis de prolactina, o que consequentemente diminui o leite materno. Em termos gerais, fumar e beber não combinam com a amamentação.
Depressão: os níveis de prolactina podem ficar mais baixos em mães que sofrem de depressão, no entanto, a amamentação ajuda mães superarem a depressão e logo que os sintomas são tratados, as coisas começam a fluir melhor.
Leia também:
- Ocitocina na amamentação: hormônio do amor e ejeção do leite
- Prematuro internado: Como manter a produção de leite
- Confusão de bicos: o que é e como prejudica a amamentação
- Amamentação: por que algumas mulheres não conseguem?
Referências:
American Academy of Pediatrics. New Mother’s Guide To Breastfeeding. Bantam Books. New York. 2011.
Cadwell, Karin, Turner-Maffei, Cynthia, O’Connor, Barbara, Cadwell Blair, Anna, Arnold, Lois D.W., and Blair Elyse M. Maternal and Infant Assessment for Breastfeeding and Human Lactation A Guide for the Practitioner Second Edition. Jones and Bartlett Publishers. 2006.
Lawrence, Ruth A., MD, Lawrence, Robert M., MD. Breastfeeding A Guide For The Medical Profession Eighth Edition. Elsevier Health Sciences. 2015.
Riordan, J., and Wambach, K. Breastfeeding and Human Lactation Fourth Edition. Jones and Bartlett Learning. 2014.