O bebê que chora é sempre uma preocupação para os pais e um assunto discutível entre muitos médicos. Cada um tem uma visão diferente e sempre confundem mães.
Uns falam que você precisa deixar seu bebê chorar porque se consolá-lo o tempo inteiro ele pode ser tornar “mimado, ditador” entre outros nomes que a criança sequer sabe que existem, aliás, um bebê as vezes sequer sabe que ele mesmo existe, para o bebê, a mãe e ele são as mesmas pessoas.
Então que guerra de forças é esta que muitos acreditam existir entre mães e filhos? Onde existe ditadura quando o próprio bebê acha que ele é a mãe são um só?
Entre tantas afirmações falhas, colocam os bebês como manipuladores de mães e pais, com comportamentos minuciosamente pensados. Não meçam seus bebês pelas réguas alheias! Se um adulto ou aquele que acha isto age desta forma, não significa que o bebê fará o mesmo.
São argumentos simples e lógicos que nos mostram que estas “recomendações” baseadas em achismos e comportamento de vida de cada um, na realidade não servem para muito a não ser causar sofrimento e a sensação de abandono no bebê.
Bebês choram.
Porque esta é a única forma que eles encontram para se comunicar com este mundo novo onde acabaram de ser inseridos e que desconhecem completamente.
Choram por medo, choram por frio, sono, fome, calor, cansaço, dor, irritação com barulhos e tédio.
Dentre milhares de outros motivos que os fazem precisar se comunicar de alguma forma com sua mãe. E porque eu não listei “fome” como primeiro item? A maioria das mães sempre associam o choro do bebê a fome.
Estranho isso, não? Se o bebê é uma pessoa como qualquer outra e esta sujeito e sentir o que todos nós sentimos, porque ele choraria apenas por fome? Não faz o menor sentido.
Esta associação do choro a fome acaba minando a amamentação de muitas mães, porque achando que o choro trata-se única e exclusivamente de fome, acabam complementando a alimentação do bebê com a famosinha e “non grata” mamadeira com leite artificial e entram em ciclo de problemas maiores que escrevi mais sobre aqui: O ciclo de problemas: chupetas, mamadeiras e baixa produção de leite materno.
Não por isto, quando elas buscam apoio e orientação dos médicos, muitos cometem o mesmo erro de associar o choro a fome.
Isto é pensar pequeno e de uma forma muito simplista. Bebês são muito mais do que fome o tempo inteiro. Muitas vão jurar que era realmente isso porque depois da mamadeira de mais de 60 MLs, o bebê se calou.
Ué, para o bebê isto é tão pesado para digerir que não lhe resta mais nada a não ser se render.
Seria como você comer uma feijoada bem forte em um dia bem quente. A única coisa que você quer depois disto é deitar numa cama e esperar que seu corpo resolva este exagero. Não caia nesta, avalie o choro.
Em pleno pós-parto parece missão impossível, mas uma boa dose de confiança em sua capacidade de nutrir seu filho e se manter longe de bicos artificiais, amamentar em livre demanda e buscar ajuda se não estiver conseguindo, pode resolver uma série de equívocos.
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As vezes você terá feito tudo: alimentado, trocado a fralda, verificado se o seu bebê não sente dor, frio, calor, tédio entre todo o check-list desesperado materno e o seu bebê ainda assim, irá chorar naquele momento.
A solução? Colo, carinho, consolo e companhia. É o melhor que se pode fazer nestas horas como mãe.
É como dizer para o seu filho que ok, tudo bem chorar, você estará ali o consolando também no choro. E sim, as vezes as pessoas precisam chorar por motivos que nem elas mesmas sabem, com os bebês não é tão diferente assim.
Depois de todas as necessidades atendidas e satisfeitas, só lhe resta consolar o choro.
Vamos pensar, acima falei da associação em muitos casos (não todos) do choro com a fome.
Se a mãe acredita que o bebê chora por fome, ela corre pra “resolver” isto, ainda que complementando a alimentação com leite artificial, porém quando o choro é associado a outros motivos equivocados como “mimo”, a mãe não deve atender.
Faz sentido? Não. Como diz Carlos González:
“As crianças choram para que façamos alguma coisa, não para que olhemos impassíveis. E se nos sentimos melhor depois de chorar não é porque eliminamos substâncias tóxicas (aqui acrescento pessoalmente como tóxicas não apenas algo que ingerimos, mas todo um entorno social e cultural que nos cerca), mas porque o choro provocou uma reação nos outros, porque nos consolaram e cuidaram de nós.”
O que me resta reafirmar, se o seu bebê chora, tente entender o motivo e qualquer que seja este motivo, atenda e console. Todos serão mais felizes.