A Construção da Família: Muitas Emoções em Uma Mala Só

Nos deslocamos em direção a novas construções de vida e conseguimos então moldá-las de acordo com nossas atuais necessidades, e que isso aconteça, sempre com muito respeito, empatia e amor.2 min


A construção da família, principalmente uma jovem família que acaba de estrear em seus novos papéis passa por muitos desafios.

É interessante notar que a construção da família não é um assunto abordado em um aspecto geral e contemplado de modo geral, por muitas pessoas. Veja, sempre quando estamos lidando com problemas familiares, as elucidações a respeito abrangem os problemas de cada um individualmente em seu contexto familiar.

Abrangem também os problemas que os outros causam no grupo familiar ou de quem é a culpa por determinada situação.

É importante tentar libertar o outro do nosso dedo em riste, da culpa atribuída e até definir um só responsável a qualquer que seja o problema. Isto porque a construção familiar, como bem diz o nome, esta contemplando um grupo de pessoas que decidiram se tornar uma família.

Pode ser um casal, com filhos ou não, mas principalmente com filhos onde as dificuldades geralmente emergem como icebergs até então escondidos em um mar azul de possibilidades.

A metáfora da mala na construção familiar:

Era uma vez um casal, que decidiram morar juntos (ou casar), então cada um em sua antiga casa fez suas malas. Chegaram os dois em seu novo lar, cada um com sua grande mala de emoções. Cheias de expectativas e idéias pré-concebidas sobre a vida e o que era, até então, viver em família.

Acontece que cada um havia tido um modelo familiar, uma experiência única como integrante de sua antiga família e como tal, trazia em sua bagagem o ônus e o bônus dessa experiência de vida anterior.

A idéia no geral é que se desfaçam as malas e unam seus pertences (mesmo os não tangíveis), no entanto, a maioria das pessoas continuam com suas malas feitas, cada uma em seu espaço. Chega um momento em quê o espaço é pequeno demais para duas malas tão cheias e é preciso abrir caminho.

E é aí que mora o grande desafio. É neste momento que as coisas podem se complicar e ficar difícil para cada um, se libertar dos antigos pertences da mala para caber os de todo mundo.

A metáfora da mala familiar nos diz que quando estamos construindo uma família e desejando que ela floresça, precisamos ser assertivos e levar o que realmente importa. Abrir mão de tudo aquilo que ocupa espaço e não ajuda em nada, deixar o espaço livre para novas emoções fluirem.

E para isso, uma mala só basta. Para todos. Quando os casais enfim aprendem a usar seu espaço, cada um ocupando o seu lugar, se organizar em relação ao que possui e ao que pode oferecer, uma mala só é suficiente.

E é importante que assim seja. Você deixa para traz aquilo que era de um contexto familiar diferente do atual, leva o necessário e essencial, contrói novas histórias e aprende junto com sua nova família o que realmente importa para todos vocês. Sai do lugar de filho(a), vai para o lugar de parceiro(a) e as vezes pais ou mães.

Nos deslocamos em direção a novas construções de vida e conseguimos então moldá-las de acordo com nossas atuais necessidades, e que isso aconteça, contemplando cada sujeito pertencente ao novo grupo familiar. Sempre com muito respeito, empatia e amor.

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual