A dor emocional pode não ser percebida pelos outros, mas é muito sentida.
Na vida, é praticamente impossível não passar por momentos de dor emocional. As experiências ruins como a rejeição, o fracasso, a perda e a sensação de não ser amado, além de outros sentimentos, causam tensões, dores e doenças emocionais em grande parte das pessoas.
Este artigo é baseado no livro Emotional First Aid que analisa 7 situações difíceis enfrentadas na vida e nos dá estratégias de superação para cada uma delas.
- Rejeição
- Solidão
- Perda e Trauma
- Culpa
- Remoer a dor
- Falha
- Baixa autoestima
1. Rejeição
Sentir-se rejeitado dói, em qualquer situação. Desde relacionamentos amorosos até nas relações profissionais. A rejeição te faz questionar seu valor e sua autoestima pode ser arranhada no processo.
Veja algumas dicas para lidar com a rejeição: não aceite auto-crítica (evite se menosprezar), concentre-se em seus pontos fortes, encontre pessoas que preencham o vazio emocional da rejeição – aquelas que você sabe que te dão valor de verdade -, pratique bastante estas dicas quando se sentir rejeitado, assim, os episódios mais leves serão facilmente superados.
2. Solidão
Quanto mais tempo você passa sozinho, mais difícil pode ser estabelecer uma relação social com outra pessoa ou voltar a ter contato com os velhos amigos. Tente racionalizar os motivos de estar só. Você geralmente aceita convites? Se esforça para sair e fazer novas amizades? Entende que “fazer social” com as pessoas esta muito além de simplesmente atender a convites?
Existe em você uma tendência de se envolver em comportamentos auto-destrutivos que servem, ironicamente, para aumentar sua sensação de estar só? Exercer sua empatia pode fortalecer os músculos dos relacionamentos com os outros, tornando mais provável que as pessoas se interessem em estar perto de você.
3. Perda e trauma
A aflição é uma emoção natural que resulta quando alguém próximo a você morre ou sofre uma experiência traumática envolvendo sua própria segurança. Algumas pessoas parecem ter uma resiliência natural ou pelo menos uma capacidade de recuperar o que elas desenvolvem ao longo de suas vidas.
Como Winch afirma, “Perda e trauma podem quebrar as peças de nossas vidas, devastar nossos relacionamentos e subverter nossas próprias identidades” (p. 85).
A experiência da perda também quebra suas suposições sobre o mundo, fazendo você sentir que esse não é um lugar tão seguro quanto você pensava. Winch sabiamente recomenda que, particularmente no rescaldo imediato, você encontre uma maneira de aliviar a dor que é consistente com seu estilo de enfrentamento comum. Pode ser muito cedo para você examinar o significado da perda para sua vida e seu futuro; em vez disso, você pode recuperar-se melhor se dando mais tempo.
4. Culpa
Os sentimentos listados acima, são experiências dolorosas causadas principalmente por nossa tendência de se conectar com os outros. Somos seres sociais e como tal, necessitamos de contato com os outros. É assim que crescemos enquanto seres humanos.
No entanto, o sentimento de culpa geralmente tem seu nascimento dentro de nós mesmos e independe do outro. Somos nossa própria fonte de sentimento de culpa.
Para Winch, existem 3 tipos de culpa: não resolvida, sobrevivente e de separação.
- A culpa não resolvida refere-se aos sentimentos deixados para trás quando você acredita que pode não ter se desculpado completamente por um erro cometido contra outra pessoa, embora, na verdade, tenha cometido isso.
- A culpa do sobrevivente ocorre quando você literalmente sobrevive a alguém em um caso em que você poderia ter morrido facilmente.
- Na culpa da separação, você sente que não tem o direito de buscar sua própria vida independente e sucesso, porque isso faz com que os outros pareçam falhos em comparação.
Para superar a culpa, você precisa pedir desculpas (pela culpa não resolvida) e perdoar a si mesmo (pela culpa sobrevivente ou de separação).
Depois de se perdoar, você precisa sentir que está tudo bem se envolver novamente em sua vida e aproveitar o sucesso com o qual se sente tão culpado. As pessoas a quem você acha que está sendo desleal podem, para sua surpresa, serem os primeiros a te dar apoio.
5. Remoer a dor
Remoer a dor, ruminar sentimentos e experiências desagradáveis, repensar o que se viveu, sofrer com o quê já foi. Tudo isto prejudica o bem estar emocional de uma pessoa. É como uma ferida que não se fecha, uma cicatriz que sempre sangra. Reviver a dor das experiências ruins também drena toda sua energia mental e te faz perder o foco.
Para evitar esta perda de energia desnecessária é importante ser consciente de seus pequenos deslizes e entender que não é preciso revivê-los em sua mente para ter consciência deles. Concentre-se em outra coisa, veja os pontos positivos e mude o foco.
6. Falha
A sensação de quê esta falhando em algo ou que vai falhar em uma situação que sequer aconteceu, pode colocar a perder todo o seu desempenho atual. Concentre-se no aqui e agora, no quê esta sendo feito e tente fazer um planejamento (ainda que mental) dos seus passos. Treine e pratique se for preciso.
As vezes você tem medo de que seus esforços certamente se tornem insignificantes. Substituir a ansiedade, medo e tristeza por humor é outra excelente maneira de lidar com fracassos reais ou imaginários. Nesse sentido, imaginar seu próprio fracasso pode ser uma das principais causas de ansiedade no desempenho. Se você puder encontrar maneiras de se distrair do seu medo do fracasso, você pode realmente conseguirá evitar que a falha aconteça.
7. Baixa auto-estima
Você questiona a si mesmo e seu valor, logo, acaba por cometer os erros que temia que acontecessem. Além disso, com a auto estima baixa, fica difícil lidar com críticas (reais ou imaginárias), você se sente responsável por tudo que não tenha dado certo na vida, remoe suas fragilidades e não se sente eficaz ou competente para o sucesso.
Segundo Winch é importante ter compaixão por si mesmo (e suas fragilidades) e fazer um catálogo mental de suas forças e pontos positivos. Você também pode se permitir ouvir os elogios bem-intencionados em vez de questionar a sinceridade dos mesmos. Por fim, construa suas reservas mentais praticando a atenção plena, exercitando os “músculos” da força de vontade e aceitando o fato de que lapsos e falhas ocasionais podem interferir em seus esforços mais bem intencionados. Acontece com todos!
Por fim, a abordagem para lidar com a dor emocional de Winch esta embasada na teoria cognitivo comportamental, ou seja, uma proposta de mudança emocional no pensamento e comportamento. Sem uma abordagem profunda do inconsciente como propõe a psicanálise.
Em vez de ficar atolado em dúvidas emocionais, preocupação e tristeza, você pode tomar atitudes que o ajudarão a enxergar o mundo e a si mesmo de uma forma mais positiva. Mas isto não substitui a terapia feita por um profissional capacitado, independente da linha teórica que ele segue (comportamental ou psicanalítica), muito pelo contrário: a terapia é sempre bem vinda em nossas vidas!
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