Casamento ÀS Cegas Brasil: Você Teria Coragem?

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A nova temporada de Casamento às Cegas versão Brasil já foi maratonada por aqui e trago verdades (as minhas rs).

Haverão os que assistem Casamento às Cegas para ver quem diz sim e se emocionar e, haverão pessoas como eu, que ficam esperando pra ver quem vai dizer não.

Nos dois casos, precisa ter coragem.

Confesso que os que dizem não me deixam intrigada. Nesta temporada, a de 2023, houve um casal que desistiu antes de chegar no altar, achei bem justo. Correto até.

Imagina que você resolve participar de um reality show sobre casamento, faz toda a sua família se arrumar e sair de suas cidades (alguns vem de outra cidade) para chegar lá na frente e dizer não.

Frustrante é pouco. Para uma virginiana como eu isso me parece pouco prático, até perda de tempo. Mas para algumas pessoas o show tem que continuar, não é mesmo?

Os que vão até o final me deixam curiosa, de fato. Aliás, Casamento às Cegas é um tipo de programa que deveria ter um prêmio em dinheiro. É muito estress pra ouvir não no final. Será que tem dinheiro no final pros rejeitados?

Quero levantar alguns pontos…

1. O quê as pessoas que vão participar de Casamento às Cegas realmente querem?

Entendo que amor se constrói… mas de um jeito tão de repente? Nós não deveríamos saber mais sobre nossos parceiros do que uma viagem paradisíaca e um mês morando juntos?

As vezes a pessoa tem um CID complicado e você sequer sabe. Este texto contêm ironias, confesso.

Eu assisti por pura curiosidade mórbida do comportamento humano nestes tipos de situações. Casamento me parece uma decisão tão séria e uma construção diária tão importante que envolve tantas coisas, que eu quase dou um desconto para os que dizem não.

(spoiler) Só não dou porque acho meio absurdo irem tão longe por um “não”, dá licença. E as desculpas? Poxa, Will! Vacilão! 

Claro que tem os que dizem sim e que parecem que se encaixam de um jeito tão bacana que você acredita piamente que vai dar tudo certo, até torce por eles. Eu torço. Mais do que a coragem de dizer não, é a coragem de dizer sim e começar algo a dois de um jeito tão de repente.

2. Eu preciso fazer um adendo de uma mulher com 40 anos em um mundo em crise econômica:

Poxa, Netflix! Essa seleção de parceiros homens que ainda moram com as mães (outros até desempregados) para mulheres com profissões bem resolvidas, me parece um tanto injusta. Precisamos melhorar este casting, amiga.

Quem casa, quer casa! Não faz o menor sentido entrar em um reality como Casamento às Cegas se você não estiver financeiramente bem resolvido. Os dois.

3. Não se enganem, geração Z, ouçam mamãe da geração Y aqui…

Casamento, neste estilo de ritual de véu e grinalda, era coisa da minha mãe e vózinha, o mundo mudou, estamos em outra a muito tempo.

Eu até sou meio careta em muitas coisas, mas nada como morar junto sem rituais, gastar a grana em uma bela viagem em vez de festança ou melhor, investir.

A cabine de Casamento às Cegas nada mais é do que nosso bom e velho “chat do messenger, do uol, chat line”…o resto pode até ser mais acelerado. Mas pra conhecer alguém e se interessar, as ideias precisavam se encontrar de alguma forma em valores pessoais no bate papo primeiro.

A diferença é que quando a gente se encontrava e não dava “match”, cada um ia pra um lado e vida que segue. Mais simples, prático e sem fazer a família inteira se arrumar pra evento nenhum.

Ou quando se conhecia e dava o tal match, a gente tinha o famoso tempo de “estamos só ficando…” pra ver o que ia acontecer. As vezes nesse pequeno espaço de tempo, que é basicamente o tempo que os casais de Casamento às Cegas passam junto, já dava pra perceber que não era uma relação que merecia muito investimento 😛

Mas sim, vale a pena ver pela diversão (principalmente se você for como eu, que adianta as cenas pra hora dos finalmentes, ou no meu caso, pra hora do não…)

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual