Um dos filmes mais comentados na última disputa ao Oscar, “Boyhood – Da infância à juventude”(2014), mostra as mudanças que o tempo provoca nos relacionamentos, sob o olhar sensível e realista do diretor Richard Linklater, responsável também pela trilogia Antes do Amanhecer/Antes do Por do Sol/Antes da meia-noite.
Mas porque você passaria 165 minutos em frente a tv para assisti-lo? A gente cita alguns bons motivos:
Se você gosta de filmes atípicos: O longa foi produzido durante 12 anos, reunindo o mesmo elenco ano após ano para as gravações. O foco principal é o personagem Mason Jr.(Ellar Coltrane), um garoto filho de pais separados, que vive com a mãe e a irmã. Podemos acompanhar o envelhecimento e amadurecimento real do menino de 7 anos até chegar à faculdade, bem como dos demais personagens, interpretados por ninguém menos que Patricia Arquette e Ethan Hawke (pais de Mason Jr.), além de Lorelei Linklater, que interpreta a irmã de Mason Jr. e na vida real é filha do diretor.
Se você é mãe: Patricia Arquette representa nessa obra uma mãe que vive mudando de rumo e tem suas escolhas refletidas na vida das crianças. Ela é uma prova de que não existe método único e correto para a criação dos filhos. Assim como nós, sua personagem Olivia parece não perceber que o tempo está passando rápido demais, que é difícil realizar seus sonhos e cuidar das crianças ao mesmo tempo e que o significado do vínculo materno se transforma com o passar dos anos.
Se você é amante da cultura pop: Boa parte do valor investido no filme foi destinado à trilha sonora, com canções que marcaram uma determinada época. Prepare-se para alguns momentos saudosistas, revendo sucessos de Britney Spears , Coldplay, Foo Fighters, Kings of Lion e Lady Gaga, entre outros nomes do pop e rock. Isso sem contar as referências à Harry Potter, Star Wars, Crepúsculo e em especial aos Beatles, um dos momentos mais legais do filme.
Se você vê beleza na simplicidade: A vida é algo absolutamente comum, está cheia de entregas, rupturas, descobertas e dúvidas. Isso tudo está enraizado no filme através de um realismo simplório e simpático que podemos perceber na leveza do enredo, na fotografia, nos diálogos e no nível de intimidade estabelecido com o espectador. Boyhood traz o rito de passagem de uma geração que pode até ser diferente da nossa, mas nos faz lembrar da nossa própria infância e juventude, mostrando como o tempo é um agente transformador.