Igualdade de gênero nas empresas pode demorar até um século

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Se continuarmos neste ritmo é bem possível que as mulheres de hoje não vejam os resultados efetivos da igualdade de gênero tão cedo.

O motivo é óbvio: as empresas caminham lentamente para esta mudança e por vezes não há interesse pelo assunto. Como se já não bastasse o fato de mulheres receberem até 30% menos que os homens para executar as mesmas funções.

Há muito mais homens ocupando cargos altos em empresas do que mulheres. Uma pesquisa sobre mulheres no mercado de trabalho feita pela Lean In junto com a consultoria McKinsey apontou que a desigualdade de gênero ainda é uma realidade em nosso mercado e que se continuarmos neste ritmo podemos levar pelo menos um século para que haja igualdade. Lean In é uma organização fundada pela COO do facebook Sheryl Sandberg que ajuda mulheres a alcançar seus objetivos profissionais e a identificar e resolver os obstáculos no meio deste caminho tão tortuoso para o gênero.

O estudo, mostra um pequeno avanço desde 2012, mas que ainda em todos os níveis corporativos as mulheres estão em desigualdade em relação aos homens e quanto maior o cargo, maior a desigualdade de gênero.

“Existem evidências de que a diversidade ajuda times e organizações a ter uma performance melhor em termos de inovação, criatividade, receita e lucro. Usar os talentos de toda a população é fundamental para o crescimento econômico, produtividade nas empresas e felicidade individual”, é o que afirma Sheryl Sandberg para o Wall Street Journal.

Algumas considerações interessantes sobre a pesquisa:

  • Mulheres em cargos de liderança ficam mais tempo no cargo, no entanto são mais insatisfeitas justamente pelas questões de gênero: sua oportunidade de crescimento é menor e suas funções piores.
  • O caminho que as levam ao topo é mais espinhoso e estressante o que é um obstáculo de primeira ordem em suas listas, independente de idade ou ter filhos ou não.
  • Mulheres são consultadas com menor frequência em relação aos homens a respeito de decisões da empresa que sejam importantes e acreditam que não foram promovidas em momentos da carreira por uma questão de gênero.
  • Ainda assim, as mulheres dedicam mais tempo para cuidar dos filhos do que os homens, o que significa que continuam sobrecarregadas.

O documento divulgado pela Lean In propõe cinco maneiras de diminuir a desigualdade dentro das empresas e melhorar este cenário:

Networking entre homens e mulheres
A pesquisa aponta que o networking feito por homens geralmente é composto em sua grande parte por outros homens. Criar programas de relacionamento que desenvolva a interação entre profissionais de gêneros diferentes e incentivar a mentoria de gestores a profissionais mulheres é uma maneira de mudar este quadro.

Estar atentos a decisões que tenham viés de gênero e evitá-las
Neste caso o treinamento dos gestores e todos os contratantes é fundamental e ter um olhar desconstruído a respeito do tema pode se uma ferramenta importante para não deixar que o gênero seja um critério na hora de avaliar e contratar funcionários.

Estabelecer e acompanhar métricas
Taxa de promoção para homens e mulheres, salários, satisfação com o cargo, investir em contratações equilibradas de homens e mulheres, disposição para ocupar cargos mais altos com mulheres.

Tornar a diversidade de gênero uma prioridade para a empresa
Tornar o apoio e a cultura da igualdade uma constante dentro da empresa mostrando apoio e empatia pelos talentos femininos, criar iniciativas de apoio a mulheres e estabelecer metas de gênero.

Criatividade e flexibilidade em esquemas de trabalhos que facilitem algumas questões que afetam diretamente as mulheres
Trabalhar fora do escritório, meio período e home-office são modalidades flexíveis principalmente para mulheres que são mães e que em grande parte ainda são responsáveis pela maior parte senão total dos cuidados com os filhos. É preciso desconstruir o tabu de empresas que não acreditam em alto desempenho independente do local e tempo de trabalho.

Fonte: Época Negócios

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual