A Internet Influencia a Vida das Pessoas? Como estão as Novas Gerações?

Se a internet influencia na vida das pessoas, é preciso que questionemos o quanto e o que podemos fazer para diminuir esta influencia.4 min


A internet influencia a vida das pessoas de diversas formas possíveis.

Todo o conforto que o advento da internet trouxe a vida veio com um preço alto a se pagar: estamos a beira de crises de saúde mental, se já não sofrendo com elas. Ou seja, a internet influencia na vida das pessoas, mais especificamente em sua saúde.

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Ao contrário de antigamente, onde o telefone fixo era usado para dar recados, saber de fofocas e até marcar encontros pessoais, hoje o uso do telefone esta mais ligado a internet.

Conversas no whatssapp, no messenger, snapchat. Postagens intrigantes no facebook, imagens inspiracionais no tumblr, instagram e pinterest. Músicas no spotify. Há uma rede online para tudo.

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As novas gerações, desde o millennials, se tornaram totalmente individualistas. Baby boomers são os que tentam se adaptar a tantas mudanças, as vezes sem entendê-las por completo.

Se você tiver mais do que 35 anos, talvez se lembre que de 2012 para cá, algo mudou na sociedade. De forma drástica e intensa, a internet influencia na vida das pessoas. Seu estado emocional e comportamentos, são diferentes.

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A forma como os millennials olham para o mundo é diferente. A diferença dos adolescentes atuais para estes, por outro lado, está apenas em como eles gastam seu tempo.

As novas gerações são moldadas pelos celulares com acesso a internet e pela ascensão das mídias sociais. Eles não se lembram de um tempo sem internet. Já nasceram com ela.

Os impactos do “tempo de tela” estão muito além das preocupações habituais sobre períodos de atenção reduzidos. Há uma grande preocupação com a saúde mental das pessoas e sobre seu comportamento online.

A questão não é sucumbir à nostalgia sobre como as coisas costumavam ser, mas sim entender como elas estão agora.

Há mudanças positivas e negativas, como em tudo. Psicologicamente, os jovens atuais se mostram mais vulneráveis até mesmo que os millennials.

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Os adolescentes boomers tinham mais confiança ao fazer suas próprias escolhas, ainda que não fossem as certas. Como estão os adolescentes de hoje?

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Muitos chamam o “gostar” de alguém de “conversar” com alguém. “Estamos conversando”. Afinal, a internet fez isto com eles, já que preferem mensagens de texto a encontros reais.

Os jovens atuais demoram mais para ingressar no mercado de trabalho e não possuem condições de gerenciar seu próprio dinheiro.

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Obviamente que a internet não é a única responsável, apesar de direcionar em grande parte o comportamento atual das pessoas. As mudanças na economia e na criação dos filhos também desempenham este papel.

De qualquer forma, como cobrar uma criação de filhos adequada para os novos tempos, se até mesmo os pais ainda estão aprendendo a lidar com a internet?

Não precisamos mais sair de casa para passar tempo com nossos amigos. A internet já resolveu isto por nós. Nossos filhos também. Nosso tempo é passado no telefone, em nossos quartos sozinhos e angustiados.

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E apesar de estarmos todos dividindo o mesmo ambiente por um período maior do que antigamente, isto não nos tornou mais próximos e com maior vínculo afetivo.

A internet não nos deixa prestar atenção nos que estão ao nosso redor.

Nossos espaços compartilhados antes na vida real, foram substituídos por encontros virtuais acessados em aplicativos da web.

Há ainda, a falsa ideia de que isto torna as pessoas mais felizes. Mas já existem pesquisas sugerindo que não. Quanto mais tempo de tela, mais propensão a infelicidade.

Já os que gastam mais tempo com amigos pessoalmente, possuem 20% mais chances de estarem mais felizes.

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Quanto mais tempo olhando para telas, mais propensão a depressão e seus sintomas. Enquanto sites de redes sociais como o facebook prometem nos conectar a nossos amigos, o retrato das pessoas as mostram cada dia mais solitárias e deslocadas.

Os adolescentes que passam três horas por dia ou mais em dispositivos eletrônicos têm 35% mais probabilidade de ter um fator de risco para o suicídio, como fazer um plano de suicídio. (Isso é muito mais do que o risco relacionado a, digamos, assistir TV.) Um dado que captura o crescente isolamento das crianças, para o bem e para o mal: desde 2007, a taxa de homicídios entre adolescentes diminuiu, mas as taxas de suicídio aumentaram. Fonte: The Atlantic

As pessoas dormem com seus celulares ao redor de si, olham para ele antes de dormir e quando acordam. Se acordarem no meio da noite, conferem o celular e suas mídias sociais. O que nos parece isso, senão um comportamento de obsessão e vício?

Então não é difícil imaginar o quanto a internet influencia na vida das pessoas, principalmente dos adolescentes e crianças que estão ainda em formação.

Se é nesta fase em quê eles aprendem sobre habilidades sociais, estar conectados o tempo inteiro os privarão da oportunidade de praticar estas habilidades pessoalmente.

Aprendemos a conhecer os emojis para cada emoção, mas não aprendemos mais quais expressões faciais os representam.

De qualquer forma, restringir totalmente a tecnologia é irrealista no mundo em quê vivemos hoje. Ensinar sobre moderação e uso responsável parece ser um caminho mais promissor.

Se a internet influencia na vida das pessoas, é preciso que questionemos o quanto e o que podemos fazer para diminuir esta influencia negativa, tornando-a mais positiva. O uso moderado e de forma útil pode ser bem proveitoso, desde que a vida das pessoas não dependam desta conexão.

Largue o telefone, olhe pelas janelas. Vá viver o mundo real e encontrar com pessoas reais. A internet pode esperar e não irá a nenhum lugar.


Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual