Socorro, Meu Filho Não Quer Saber Do Pai!

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Muitas mães falam angustiadas: meu filho não quer saber do pai, o que fazer? A mãe gesta o bebê por nove meses e durante este tempo concebe a idéia de ser mãe. Quando o bebê nasce ela já sabe que é mãe. Pai geralmente começa a se dar conta disto depois do nascimento.

E o pior de tudo é que o pós-parto é quando a mãe mais precisa de ajuda e apoio do pai. E o cara esta lá, apático a paternidade. Enfiando os pés pelas mãos sem saber como ajudar. Claro que existem poucas e raras excessões de pais que conseguem lidar muito bem com a chegada do bebê e são um apoio e ajuda importantes. Este texto fala da grande maioria que é pai mas não se deu conta ainda.

De repente a mãe sobrevive ao pós-parto com o recém nascido e o bebê cresce uns meses. Aí as coisas começam a complicar mais um pouco porque o bebê não quer saber do pai, só quer a mãe. O pai se sente rejeitado e acha que o filho não gosta dele ou alguns, acham bom não ter que cuidar ou brincar com o filho. 🙁

No fim das contas acaba sobrando para a mãe ter que lidar com esta situação complicada e difícil. Muitos romances esfriam por isto, e o casal fica sem saber que caminhão os atropelou depois do nascimento do filho, quando na verdade, foi a falta de companheirismo do pai que deixou todas as responsabilidades para a mãe resolver.

Pior do que isto é o quanto esta relação cada vez mais distante pode afetar o desenvolvimento do bebê e como esta relação será futuramente se o pai continuar distante. Bebês identificam o amor quando são cuidados e amados, e a melhor forma de demonstrar isto é com os cuidados diários e com o tempo junto de brincadeiras, atenção, colo e amor.

Se um pai não tem estes momentos com seu filho provavelmente o filho não vai querer saber dele, sequer vai querer ficar no seu colo. A mãe fica exausta por ser a única que o bebê aceita e o bebê perde um contato valioso com o pai. Mas isto tudo tem solução. Infelizmente se o pai não sabe lidar ou resolver esta situação, a mãe mais uma vez precisa ser a intermediária desta relação, ou melhor, precisa intermediar o nascimento da relação entre pai e filho.

Vou dar 2 dicas básicas, porém importantíssimas para que vocês (pai e mãe) consigam resolver estes dois problemas.

1. Determinem um tempo de brincadeiras para o pai passar com o bebê TODOS os dias.

Pode ser 30 minutos por dia, depende muito de como é a dinâmica familiar de vocês e o quanto cada um dos dois trabalham, mas todos os dias é essencial que o filho receba do pai atenção suprema e única por um período no dia, todos os dias.

Atenção suprema e única significa: nada de celular, computador, TV ou qualquer outro eletrônico que mude o foco do tempo junto naquele instante. E a regra é: este é o tempo para os dois brincarem juntos.

Neste tempo só vale brincadeira, colo, atenção, conversa. No começo a mãe pode participar para encorajar o filho(a) a confiar no pai, depois de uns dias a mãe se afasta e deixa pai e filho(a) brincarem apenas entre eles.

Não se preocupe, quando esta relação estiver construída, você volta em cena e vira brincadeira em família, somente no começo que é importante dar um tempo para eles se conhecerem.

2. As tarefas do pai precisam ser feitas.

Isto nem precisaria ser dito, mas não tem jeito, a realidade é que muitas mães acabam trocando fraldas, dando banho, comida e todo o resto sozinhas e o pai não se liga que precisa participar destes cuidados. Se você tem um pai “distraído” com isto em casa, o lembre das funções que ele também pode desempenhar.

Determine algumas tarefas para o pai fazer relacionada a cuidados: que seja uma troca de fralda por dia, um banho, dar uma janta ou almoço, alguma coisa de acordo com a realidade familiar de vocês e que envolvem contato direto entre o pai e o filho(a), mas pelo menos um item destes cuidados ele precisa fazer.

Assim o bebê vai entender que o pai também cuida dele, vai perceber estas ações como demonstração de amor e a relação vai começar a deslanchar. São duas ações apenas, muito simples e pequenas para o pai se dedicar todos os dias, mas que para o bebê faz uma enorme diferença.

Ao pai: Ser pai é desafiador também. As vezes é preciso quebrar ciclos e tentar ser diferente de quem você teve como pai, as vezes a pressão por ser um pai tão bom quanto o que você teve também pesa. São muitas questões. Avalie-se e se pergunte: que tipo de pai você quer ser?

Mãe: Converse com o pai sobre isto, o lembre todos os dias das duas tarefas, caso seja necessário, depois de alguns dias o pai e o bebê vão passar a se conhecer melhor, a relação entre os dois vai desabrochar e o pai vai até se dar conta do que estava perdendo neste tempo todo quando perceber o quanto o bebê é capaz de demonstrar amor por quem faz o mesmo por eles.

E isto vale para todas as idades, desde bebês recém-nascidos até os maiorzinhos. Use esse tempinho para cuidar de você, afinal de contas, você mais do que todos, merece!

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual