Quando a mãe esta sozinha e não tem outra opção, senão dar conta de tudo

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A maternidade é difícil, principalmente quando a mãe esta sozinha. Todas sabemos o quanto e todas que são mães conhecem bem como podemos ter sentimentos diversos em relação as dificuldades que enfrentamos todos os dias.

Em um momento a vida é só alegria e no segundo seguinte quando o bicho pega pra valer, nos perguntamos o que fizemos da vida. Calma. São sentimentos normais e que geralmente surgem quando estamos sobrecarregadas e quando não temos ajuda e apoio para cuidar do filho.

Eu sou uma mãe sozinha. (e aposto que você pensou o mesmo aí).

Quando falo sobre uma maternidade solitária, no meu caso significa que não tenho minha mãe por perto nem nenhum parente próximo ou amiga que esteja disponível para me ajudar caso eu precise urgente de algo.

Falo sobre durante o dia todo ser apenas eu e meu filho e caso eu precise resolver qualquer coisa na rua ou ir a um médico, tenho que levá-lo. A algum tempo consultas médicas se tornaram complicadas porque ele é um toddler e como tal deseja explorar o mundo e caso eu precise ouvir o médico ou ser examinada será entre várias pausas para evitar que algum acidente aconteça dentro do consultório.

Aliás, porque consultórios médicos são tão cheios de badulaques tentadores aos olhos de uma criança, hein? (fica a dica médicos: menos é mais, principalmente se for para atender um mãe).

E só por isso minha maternidade já é solitária e difícil. Todos os dias.

Agora imagine que, além de mim, milhares de outras mães também estão na mesma situação ou em situações mais complicadas ainda. Como por exemplo mães que não tem a parceria do pai (eu tenho um marido e pai presente de madrugada, no começo do dia, no fim do dia e nos fins de semana, o pouco tempo que resta ele trabalha fora de casa), mas tem mãe que não tem. A estas mães, meu abraço solidário e apertado.

Existem mães que não tem nem o pai presente e nem família alguma presente em nenhum momento e que ainda precisam trabalhar fora para sustentar a casa e o filho. Existem mães que estão se sentindo sozinhas o tempo inteiro e se desdobrando em várias atividades diárias para conseguir dar conta de tudo, onde 24h é pouco tempo para tanta função, mas é muito tempo para uma pessoa só dar conta.

Quando eu penso na minha maternidade solitária, eu imagino outras mães que estão em situações mais complicadas ainda e me sinto com muita sorte, mas ao mesmo tempo o coração aperta por elas.

De repente, no segundo seguinte eu tenho um bebê de 2 anos e meio que só de me olhar agradecido, me dar um abraço ou um beijo já me ensina que tudo na vida tem uma recompensa positiva, que as escolhas que fazemos todos os dias, se for de coração aberto e pensando em um bem maior, serão recompensadas com pequenos gestos que fazem toda diferença.

Se um dia eu sou Yin, meu pequeno me lembra que eu tenho o Yang e assim a gente segue: se equilibrando, se complementando e encontrando forças no meio do caminho, entrando nos eixos e seguindo nosso rumo.

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Longe de mim ser super-mãe e achar que dou conta de tudo, jamais. Em muitos momentos dá vontade de chorar e por muitas vezes sou privada de coisas muito simples como por exemplo comer sem ser interrompida a cada 3 segundos, ou tomar um banho demorado, ler uma revista, um livro, ouvir músicas (das minhas).

Sair por aí sem rumo certo, andar com tempo de olhar em volta. E se de repente consigo um tempo para fazer qualquer uma destas coisas, acabo não optando por nenhuma da lista e indo dormir pra descansar ou tento adiantar alguma coisa que esta a um tempão para ser resolvida.

Se eu morasse em uma vila, onde as mulheres se ajudam mutuamente, onde a família é logo ali e as crianças crescem juntas, tudo seria diferente. É preciso uma vila para criar um filho, já diz um velho ditado, mas não temos mais tantas vilas disponíveis por aí e somos obrigadas a nos virar com o que temos em mão, no momento e apenas no meu caso, é boa vontade e o desejo de acertar, porque a disposição já foi para as cucuias a muito tempo, estou operando no ponto morto até o próximo fôlego e aposto que muitas mães se encontram na mesma situação.

Mas quer saber? Não tem nada de errado em admitir isto, somos humanos, simples assim. E isto não tem nada a ver com amar ou não os filhos. Amor de mãe de verdade é sempre incontestável, incomparável, insubstituível, supremo e único. Assim, cheio de adjetivos mesmo.

 


Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual