10 coisas que você não deve dizer a uma mãe que amamenta

Opiniões e conselhos negativos e desaprovação podem ser dolorosos, imprecisos e prejudicar a amamentação.6 min


Existem algumas coisas que você não deve dizer a uma mãe, principalmente a uma mãe que amamenta.

Estas coisas que você não deve dizer a uma mãe que amamenta são importantes porque determinados questionamentos ou palavras podem magoar e até minar a confiança da mãe em sua capacidade de nutrir seu filho.

Ou seja, não ajudam em nada, atrapalham.

Amigos, membros da família e até estranhos às vezes oferecem sugestões ou dão suas opiniões sobre a amamentação às mães que amamentam. Muitas vezes, embora possa ser útil, pode soar mais como uma crítica do que uma preocupação.

>> Apoio na amamentação: o papel da família para mãe e bebê

Opiniões e conselhos negativos e desaprovação podem ser dolorosos, imprecisos e prejudicar a amamentação.

Veja as 10 coisas para não dizer a uma mãe que amamenta:

1. Tem certeza de que o bebê está recebendo leite suficiente?

A maioria das mulheres são capazes de produzir leite. São situações muito raras que fazem com que uma mãe não produza leite materno suficiente ou razões externas que as fazem entrar em ciclos de problema na amamentação. Nem tamanho do peito, nem dieta ou peso podem interferir na quantidade de leite.

Veja aqui: O ciclo de problemas: chupeta, mamadeira e baixa produção de leite materno

Questionar uma mãe sobre sua produção de leite vai fazê-la se questionar e perder a confiança em sua capacidade de produção, não faça isto!

Você pode não ser capaz de medir a quantidade de leite materno que um bebê está tomando do peito, mas há outras maneiras de saber se ela está recebendo leite suficiente.

Veja aqui: Seu bebê está recebendo leite materno suficiente?

2. Você está amamentando demais ou você vai estragar o bebê.

O leite materno é digerido mais facilmente do que a fórmula, de modo que um recém-nascido amamentado mama freqüentemente – a cada uma a três horas. Amamentar muitas vezes não estraga uma criança. O leite materno ajuda a satisfazer as necessidades do bebê e estabelecer uma forte produção de leite materno. A melhor forma de amamentar um bebê é em livre demanda, sempre que ele mostra sinais de fome.

Veja aqui: O que é livre demanda e porquê precisamos dela
Mais: Tamanho do estômago do bebê e mamadas frequentes

3. Vou dar ao bebê uma mamadeira ou chupeta para que você possa descansar. Uma mamadeira/chupeta não vai doer.

Não é recomendado dar uma mamadeira ou chupetas a um bebê amamentado, em nenhuma hipótese. A quantidade de leite materno que a mãe produz é uma resposta a quantidade que seu bebê mama e suga sua mama.

Uma criança amamentada precisa ser colocada no peito frequentemente manter a quantidade de leite materno produzida no peito de sua mãe.

Quando você dá um bebê uma mamadeira ou chupeta, pode interferir com o estabelecimento de uma produção saudável de leite materno e na amamentação em geral.

>> Confusão de bicos: o que é e como prejudica a amamentação

A introdução da mamadeira também pode causar problemas de alimentação. O leite de uma mamadeira geralmente flui mais rápido do que o da mama, permitindo que o bebê obtenha satisfação imediata. Alguns bebês podem desenvolver uma preferência pelo fluxo mais rápido da mamadeira e se recusarem a mamar.

Além da introdução de leite de vaca contido nas fórmulas não chegarem nem perto da qualidade do leite materno, este leite artificial pode causar alergias alimentares graves no bebê como a APLV.

Veja aqui: APLV – Alergia à proteína do leite de vaca: será que meu filho tem?
Mais: Bebê cetogênico ou low carb: modismo desde o nascimento?
E aqui: A supremacia do leite materno

4. Amamentar não é justo com o seu marido ou parceiro. Ele não pode se relacionar com seu filho.

Os pais não precisam alimentar seus filhos para se unirem a eles. Eles podem se vincular com seus filhos amamentadas de muitas maneiras. Alimentar é apenas uma pequena parte da vida de um bebê.

E enquanto os pai ainda pode e deve ser envolver com a amamentação, ajudando a mãe e o bebê ficarem confortáveis, ou sentando com eles enquanto o bebê mama, ele também podem fazer coisas com o bebê por conta própria.

A ligação ocorre quando um bebê está sendo cuidado: durante mudanças de fraldas, banhos, brincadeiras e através de muitas outras atividades que vem junto com cuidar de um bebê diariamente. Um pai não precisa alimentar seu bebê para formar um vínculo saudável.

Veja aqui: 10 dicas para novos pais participarem mais da chegada do bebê
Mais: Socorro, meu filho não quer saber do pai!

5. “É mais fácil dar ao bebê uma mamadeira.”

Para a mulher amamentar é mais fácil e conveniente. Uma vez estabelecida, a amamentação é muito mais fácil do que a mamadeira. Quando uma mãe cuida do bebê, ela não precisa preparar, aquecer ou lavar os frascos.

Quando ela sai, ela não tem que arrumar um monte de suprimentos alimentares e ela nunca terá que correr para fora de casa no meio da noite, porque ela ficou sem fórmula. O leite materno está sempre disponível à temperatura certa e pronto para alimentar o bebê sempre que estiver com fome.

Veja aqui: Alimentação com fórmula para bebês: o que é preciso saber

6. “Se você der fórmula ao bebê, ele dormirá durante toda a noite.”

Alguns bebês alimentados com fórmulas dormem bem, outros não. Alguns bebês amamentados no peito dormem bem, outros não. Viu? não há regra. E isto porque dormir a noite inteira não tem nada a ver com a forma de se alimentar do bebê, mas sim com seu ciclo de sono em desenvolvimento e totalmente diferente do sono do adulto.

Fora isto, o leite materno ajuda o bebê a regular seu padrão de sono mais rápido do que o leite artificial com o tempo, isto porque o bebê recebe da mãe melatonina pelo leite materno, algo que não acontece e nem possui no leite artificial, veja aqui: Leite materno ajuda o bebê a dormir melhor

Veja aqui: Amamentação noturna e o padrão de sono dos bebês
Mais: Por que recém-nascidos acordam tanto a noite?

7. “Amamentar deixar seus seios caídos!”

Algumas pesquisas já mostraram que não é a amamentação que provoca seios flácidos, mas uma combinação de vários fatores. As alterações na mama ocorrem a partir da gravidez e pela quantidade de peso que a mãe já tinha ou ganha durante o processo.

Mesmo se uma mulher decide não amamentar, seus seios vão se esticar e, possivelmente, parecer mais “caídos” ou flácidos como resultado da gravidez.

O quanto uma mama pode ficar flácida depende da genética da mãe, número de vezes que ficou grávida, o tamanho e a forma de seus seios, seu peso e se ela fuma ou não.

Mesmo para as mulheres que nunca estiveram grávidas, os seios começarão eventualmente a ficar flácidos como parte do processo natural do envelhecimento.

Veja aqui: Amamentar deixa os seios flácidos? Efeitos reais da gravidez, amamentação e desmame

8. “Você vai amamentar aqui e em público?”

É normal e perfeitamente legal amamentar seu bebê quando ele está com fome, mesmo se você estiver em público. Apesar das atitudes em relação à amamentação, ainda há pessoas que continuam a protestar contra a amamentação em locais públicos.

Uma mãe tem todo o direito de alimentar seu filho em uma área pública, e a maioria dos estados têm leis para proteger esse direito.

Uma pessoa que se incomoda com a amamentação em público provavelmente tem algum problema relacionado ao recalque, trauma na infância ou é simplesmente ignorante. Freud explica!

Veja aqui: Sancionada lei estadual que multa quem impedir amamentação

9. “Você ainda amamenta?”

Este vem com algumas variações do tipo: seu leite não serve mais, seu leite virou água, não tem mais nutrientes e etc.

Veja aqui: Até quando o leite materno tem nutrientes?

Em muitos países ao redor do mundo, a norma é nutrir crianças amamentando-as no peito por anos. Mas, em nossa sociedade, isto é, muitas vezes, desaprovado.

Muitas pessoas acreditam que o leite materno não é mais benéfico após um ano, ou que a amamentação de uma criança mais velha é de alguma forma pervertida.

Veja aqui: Amamentação prolongada: 2 anos ou mais

A verdade é que o leite materno oferece às crianças uma série de benefícios de saúde e desenvolvimento, enquanto eles mamam. E, quanto mais tempo eles mamarem, maiores serão os benefícios.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros 6 meses. Mantendo a amamentação juntamente com a adição de alimentos adequados à idade. A partir daí tendo o leite materno como principal alimento do bebê até um ano e, em seguida, manter a amamentação por pelo menos 2 anos ou mais.

A Organização Mundial da Saúde e a UNICEF recomendam a continuação da amamentação por pelo menos dois anos ou mais também.

Busque forças aqui: Amamentação de todo dia, os pitacos da vida e silêncio!

10. “Você esta grande demais para mamar!”

Nunca, em hipótese alguma se dirija a criança para falar para ela sobre o peito que ela mama. Isto é gravíssimo e de uma falta de empatia e respeito sem tamanho com a criança e com a mãe que esta ali amamentando seu filho.

A criança pode se sentir mal por ver alguém lhe falando isto e achar que faz algo errado ou vergonhoso, o que não é verdade e nem passa perto da verdade. Este tipo de pessoa, não seja ela.


Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual