Leite de Vaca para Bebê Pode Fazer Mal, diz Médica

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O leite de vaca para bebê pode não ser um vilão em casos de real necessidade, mas sem necessidade por ser uma escolha ruim.

Segundo a Dra. Ana Vitória, leite de vaca para bebê, ou, o famoso leite artificial, pode fazer mal quando usado indevidamente.

Leite artificial é leite de vaca na maioria dos casos. Pelo menos a maioria dos leites comprados para uso comum e dados em maternidades.

Já ouviu falar em bebê cetogênico ou low carb? Pensou que o termo se aplicava apenas a adultos em dieta?

Neste artigo a Dra. Ana Vitória explica um pouco sobre o bebê cetogênico, a mamadeira de leite artificial oferecida indevidamente em muitas maternidades após o nascimento e como o leite artificial (leite de vaca para bebê) pode prejudicar o bebê desde cedo.

* Artigo por Dra. Ana Vitória Almeida


O Bebê é um ser Cetogênico por natureza. Fica praticamente nos últimos 3 meses de gravidez acumulando gordura para usar nos primeiros 3 dias de nascido.

Então ele metaboliza gordura para produzir energia. Por isso emagrece nos primeiros dias.

O colostro é pouquinho mesmo, “ralinho” . Se juntarmos a quantidade de 1 dia dá 20 ml. Então o bebê vai chorar mesmo no primeiro… segundo… terceiro dia. Não é de fome não. Ele está bem alimentado em cetose.

>> Colostro também é leite, sustenta e é como vacina para o bebê

Ele chora por mecanismo fisiológico ancestral de sobrevivência para a mãe o colocar no peito e estimular a mama na produção. Então o bebê deveria ficar praticamente colado o tempo todo a mãe nos primeiros dias.

Entender também que não precisamos forçar o bebê a mamar. Às vezes ele quer só dormir e gastar seus depósitos de gordura.

Não precisamos ter um medo absurdo da hipoglicemia (RNT AIG) pois a natureza fez o bebê para suportar estar sem carboidrato (lactose – açúcar do leite) nesses primeiros dias. E mesmo depois com leite materno abundante, ainda assim, esse leite tem 60 % de gordura.

O leite artificial (leite de vaca para bebê) dado na maternidade  sem necessidade:

Alteramos toda a fisiologia na produção de energia e transição da cetose para utilização de açúcar ( lactose) quando damos no primeiro dia de vida, de uma só vez uma copada de 30 ml de leite artificial. Além de outros transtornos na regulação da microbiota, distúrbios autoimunes, alteração da fome- saciedade, etc.

Temos que orientar a equipe hospitalar e mães. E deixar o complemento para os casos em que os riscos são maiores (mães com HIV, cirurgia de mama que impossibilita uma boa produção de leite – há casos que ainda assim a mãe produz muito bem -, impossibilidade amamentar e outras alterações fora da fisiologia normal como hipoglicemia real)

Dar fórmula sem necessidade, sem hipoglicemia ou por choro do bebê, não. Entender que o colostro é quase nada em quantidade e é normal.

Veja aqui todos os benefícios do poderoso colostro, mesmo sendo tão pouco: Colostro também é leite.

A fisiologia natural ainda dá conta de segurar nesses primeiros dias de colostro. Mas o que me preocupa é que os hábitos alimentares da população atual mudou muito em relação aos nossos antepassados. Muitos alimentos ricos em açúcares (dos carboidratos refinados, além do próprio açúcar em si).

Isso altera o metabolismo materno. Então esse aumento de hipoglicemia em bebês é algo real e é mesmo preocupante. E então começamos a tentar evitar isso com as fórmulas precoce, o que altera ainda mais ainda o metabolismo do bebê. Ele, desde cedo fica condicionado a utilizar glicose e produzir muita insulina. E depois vêm os alimentos doces e bolachas e etc.

A abordagem tem que ser a conscientização mesmo, desde o início da gravidez. Para evitar toda essa cascata.

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Suelen Maistro
Mãe do Fe. Criadora dos portais Mãe Pop e Sue Maistro. Artista Visual, Diretora de Arte e Tattoo Artist. Pesquisa e estuda temas relacionados a amamentação, educação, criação, psicologia, ciência, arte e design. Mas não se engane, as vezes jogo conversa fora em artigos despretensiosos, pouco importantes e irônicos. Bem vinda a minha casa virtual